terça-feira, 18 de novembro de 2008

Excesso ou falta de assunto?

Quase todo dia eu almoço no mesmo quilo da Fradique Coutinho. "Calegas" da repartição onde eu dou meu suor em troca de trocadinhos já meteram a boca no lugar. Que é sujinho e tals. Eu não ligo. A comida é boa, tem legumes refogados em maior variedade e eu preciso comer esses trens, porque eu não como fruta. Além disso, nunca vi bichos e cabelos no meu arroz com feijão diário e os mosquitos que lá habitam estão por toda parte. Acho que a questão toda é que os "calegas" são da "crasse" privilegiada e gostam de lugares com ar mais chique do que o quilo, que parece um botecão.

Bem, o grande problema de lá não são os mosquitos que vez por outra dão um rasante no local. Lá tem um grupo de homens que sempre come ali, mais ou menos no mesmo horário que eu consigo ir almoçar, sendo dois deles com cabelos muito brancos, provavelmente beirando ou passando da casa dos 70, um rapaz de quase 40 anos, o dono do restaurante e, recentemente, agregaram à trupe dois policiais militares.

Eles são educados. Até onde vi, comem de boca fechada. Mas matracam. E como matracam. Falam muito. Pelos cotovelos. E em alto e bom som. Como são muitos, sempre que um cala a boca pra mastigar tem um com a boca vazia e esse um continua falando até um outro esvaziar e começar o tralalá.

Mas isso também não é o grande problema. Falar muito e falar alto. Gosto de homens que falam, porque vivi uns três, quatro anos com um que era uma múmia. E eu sou assim, matraqueira e barulhenta, então não posso reclamar. Seria a "rôta" falando dos esfarrapados. Na verdade, um dos problemas do meu sagrado almoço em relação a homaida dali é o excesso de futebol. Caracoles, os putos não só conseguem falar todo-santo-dia sobre futebol, como conseguem falar todo-santo-dia só, somente, apenas sobre futebol! De segunda a sexta, de janeiro a dezembro, eles matracam e matracam e matracam... sobre futebol.

Nas eleições, cheguei um dia e eles estavam matracando sobre a Marta. Falavam alguma bobagem, tão besta que nem me lembro o que era. Mas fiquei feliz. Putz, hoje eu não vou ouvir sobre o maldito futebol. Como felicidade de pobre dura pouco, não levou um minuto pros papagaios começarem a falar do jogo de bola e dos pernas de paus. Me pergunto que raios acontece de tão diferente no futebol para eles acharem tanto assunto pra conversar. Ou será que falta assunto pra eles?

As "senhouras" desses homens devem estar com o saco na lua. Para esses diabinhos ficarem falando tanto de futebol, é porque devem ficar o dia inteiro sentados na sala, monopolizando a TV, vendo ESPN e Sportv. E quando compram jornal, compram o Lance!... A revista deve ser a Placar.

E claro que desgraça pouca é bobagem. Além de eles falarem o tempo todo do maldito futebol, claramente a maioria daquela patetada ali é Porco. E eu sou "curintiana", quase uma Fiel. Tendo de almoçar todo dia ouvindo papo de futebol. E sobre o maldito do "Parmeira". Qualquer dia eu vou jogar pimenta na comida desses porcos!!!

PS - Não, não vou mudar de quilo, lá tem a comida de que eu preciso. Continuarei exercendo meu direito de reclamar dos putos.

4 comentários:

Rodrigo Carreiro disse...

Futebol é tão importante que gera assunto pra se falar mais do que esse povo aí. Eu falo todo dia hahahhaha

Anônimo disse...

Então, Rodrigo, temos aí um caso clássico de excesso de assunto!!! rsrsrs Valeu pela presença. Abraços!

Anônimo disse...

bom, se o local sofrer de falta de higiene nem água eu tomo. simplicidade não é desculpa pra dar uma dar sujão, né? se vc não viu nada podrão - riso - então continue ingerindo suas vitaminas e sais minerais. deixe seus colegas de repartição comerem em outro lugar...

Anônimo disse...

É, Fran, não vi nada podrão... rsrsrs E eles continuam matracando sobre futebol. Ontem a mesa tinha quase dez homens falando apenas da redonda e do "Parmeira". Pq não falam de F-1 um pouco, caracoles??? rsrsrs Valeu pelo recadinho. Beijos!