sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Será?

Eu coloco imagens diferentes como papel de parede do meu laptop. De homens que eu gosto; no geral, famosos. Mas eu consegui uma foto de M., e não vou dizer como, porque é coisa de gente doida fazer o que eu fiz pra ter a foto. Definitivamente não é o ato do qual mais me orgulho na vida, pelo contrário, morro de vergonha. E, apesar da vergonha, eu botei a foto no celular e no laptop, e ele agora tá comigo onde quer que eu esteja - desde que eu não esqueça o celular, o que ocorreu ontem e me deixou maluca porque eu fiquei sem a foto.

Meu sobrinho, do alto dos seus 3 anos, já sabe mexer em computador e até em internet. A tia ensinou algumas coisinhas, o pai dele outras, o avô outras. E ele mexe no meu computador, claro, pra ver fotos de caminhão no google e para jogar os jogos do Discovery Kids.

Eis que ele vai mexer no meu computador e se depara com a foto de M... ele nunca fez comentário nenhum sobre nenhuma das fotos anteriores que já viu, de diferentes homens, no meu computador.

Mas ele olha essa foto e diz:
- Olha, titia! Que moço bunitãaaaaoooo! (sei lá onde ele aprendeu a palavra bonitão...)

Eu respondo:
- É, ele é mesmo lindo.

Ele olha de novo a foto atentamente, aponta para o rosto na tela, e diz:
- Ele gosta de você, titia!

Eu suspiro, dou um dos sorrisos mais tristes que já dei na vida, passo a mão na cabeça do meu sobrinho e falo, em voz bem baixa:
- Será mesmo?

Meu sobrinho não viu as lágrimas correndo.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Pré Natal

Eu já comecei a comprar presentes para mim mesma, apesar de ainda faltar muito tempo para o Natal... Comprei o livro novo do Ayrton, escrito pelo Hilton, e o livro é lindíssimo. Tem cópias de credenciais, cartas, adesivos, certidão de nascimento, o diabo... Maravilhoso! Eu amei, e nem comecei a ler o livro ainda... rsrs
O outro presente é mais barato, mas não menos importante. Eu sempre quis ter roupas da Pakalolo, marca comprada pela Marisol e que voltou ao mercado recentemente, com roupas e acessórios infantis e para "aborrecentes". Quando a grife era um sucesso, na virada dos 80 para os 90, eu era uma "aborrecente" e podia usar Pakalolo, mas não tinha grana. Agora eu tenho grana, mas não tenho mais idade para usar Pakalolo. Contudo, resolvi mandar a idade a merda. Comprei uma mochila liiiiiiiiiiiiiiiinnnnnndddaaaaa, branca, cheia de brilhinho, com um coração, escrito Angel e Precious, e também escrito Pakalolo em letra de mão. Tinha outras, rosinhas com carinhas de boneca pra todo lado, mas eu não sou paquita, então quando vi essa branca, morri de amores por ela. Agora estou caçando uma calça jeans e uma camiseta Pakalolo. E precisa ser uma camiseta escrita Pakalolo na frente, porque eu preciso ler o nome da grife. Quero deixar claro que sempre detestei grife e achei estúpido esse lance de a gente pagar para fazer propaganda pra alguém. Meu lance com a marca Pakalolo não tem relação coma imagem da marca, com o preço dos seus produtos, com status que ela possa dar a quem usa, mas com uma pessoa que gostava de usar Pakalolo. É só por isso que sou louca por Pakalolo. Aliás, eu era e continuo sendo mesmo uma louca por Pakalolo. E não estou me referindo à grife...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A própria morte

Dizem que sonhar com a própria morte é bom sinal... Não sei. Não acho que acredite nisso. Mas essa semana eu sonhei que havia morrido. E, por incrível que pareça, acordei muito bem, como há muito não me sentia. Tranquila, em paz, descansada. Sonhar com a morte, geralmente, é algo que todo mundo chama de pesadelo. Mas não foi o meu caso. Eu estava numa casa que parecia a minha. Era um sobrado. Mas eu não via nada, estava tudo absolutamente na escuridão, apenas uma luz amarelada como a luz de vela iluminava fracamente o meu rosto, até a altura dos meus ombros e o colo. E mesmo na escuridão total eu conseguia me mover como se tudo estivesse iluminado ou se eu conhecesse perfeitamente a casa. Eu ouvia uma voz, que não sei de quem era e nem se era de mulher ou homem - acho que era uma mulher. A voz era baixa e eu ouvia apenas algumas das palavras, o suficiente para entender o que eu devia fazer. Lembro da voz me mandar subir. Eu fui para o andar de cima, percorri um corredor e cheguei a um quarto. A voz mandou eu me deitar. Não sei no que me deitei, parecia uma cama, mas podia ser um caixão, não havia tecido algum - lençol, travesseiro, colcha, cobertor, nada. Eu me deitei e a voz disse que tudo iria acabar bem, que eu não devia me preocupar. Fiquei um tempo ali deitada, sozinha, a voz parecia ter me abandonado. Senti que ela estava em outros cômodos, provavelmente orientando outras pessoas e fiquei esperando ela voltar. Ela voltou e disse que tinha chegado a minha vez. Pediu que eu respirasse normalmente, fechasse os olhos e não os abrisse mais. Eu fechei e tudo ficou na completa escuridão. Deixei de ver meu rosto iluminado pela luz amarelada nesse momento. Ficou um silêncio completo ao meu redor e eu só via tudo preto, preto mesmo. Não senti medo, dor, frio, nada. Apenas o silêncio. E a última coisa que eu ouvi a voz dizer foi: pronto, acabou, é isso. E eu fiquei lá, na completa escuridão, sem ver ou sentir ou ouvir mais nada. A morte me pareceu algo muito tranquilo... Tão tranquilo que não me incomodaria de morrer hoje.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O presente

Desde muito pequena, acho que desde que me lembro de ser gente, eu sempre, sempre, sempre me senti rejeitada. Antes mesmo de me sentir feiosa, me sentia rejeitada. Por todo mundo: pais, irmão, família, colegas de escola. Eu sempre fico pensando de onde veio esse sentimento de rejeição, porque eu não me lembro de como ele nasceu, não tenho a menor ideia de onde ele veio. E sei que dele veio o complexo de inferioridade. Se um dia eu achar essa resposta, talvez eu me torne uma pessoa mais equilibrada e menos infeliz. Mas do jeito que a coisa tá indo, acho que me acabo antes. Novamente estou bebendo, ou melhor, sem eufemismo... estou é enchendo a cara, no meio da semana, e acho que já posso quase me classificar como alcóolatra - eu que não bebia nada com álcool, nem vinho ou champanhe, até os 30 anos.

Sem coragem para acabar com tudo de uma vez, resolvi ir me acabando aos poucos. Vario de momentos de sonhos impossíveis com coisas impossíveis, totalmente fora da realidade, mas que amenizam as coisas e me fazem continuar, para um mergulho em uma dor que não tem razão de ser. Tenho sentido muito, muito, muito frio, a ponto de dormir com dois edredons e um cobertor de lã, meias e pijama de flanela... isso em plena primavera. Tá fazendo frio, mas será que é pra tanto? Não tenho mais ânimo pra nada. Uma das coisas que me deixava relativamente bem por um espaço maior de tempo - e esse espaço maior de tempo são dias - era ficar com meu sobrinho. Mas ultimamente nem esse "remédio" tem surtido efeito por um período maior do que 24 horas.

Na verdade, tenho sentido a maior parte do tempo uma mistura de tristeza muito grande, com revolta por tudo ter ocorrido da forma como ocorreu (por que você e não eu?, sempre te pergunto isso...), e uma enorme frustração pelo que aconteceu e pelo que podia acontecer hoje e não é possível pelo único fato de eu não poder voltar no tempo nem ter como recuperar, de alguma forma, o tempo perdido. Ou pelo menos tentar recuperar. Tudo está fora do meu alcance, totalmente fora. É frustrante.

E depois eu sinto uma raiva enorme, profunda, daquelas que ficam remoendo o coração até triturar ele inteiro, em pedacinhos. Uma raiva daquelas trancadas na garganta e que, se um dia explode, sabe-se lá Deus como será, pra quem vai sobrar e quais consequencias trarão. Hoje, esse é meu maior medo: eu sei que essa raiva, que é o sentimento mais forte de todos e o que eu sinto por mais tempo, vai explodir uma hora. Não sei quando, não sei como, não sei se eu conseguirei identificar essa explosão a ponto de poder controlá-la. Mas tenho medo, menos por mim, e muito mais pelos que estão a minha volta, porque realmente não acho que eu vá conseguir poupar quem estiver ao meu redor. E a última coisa no mundo que eu queria era machucar alguém.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Obcecada

Estou enchendo a cara em plena quinta-feira. Tenho de fazer estágio, mas não me animei a ir na escola. Precisava acordar cedo, mas não tô nem aí. Faltei na faculdade. Tenho dormido como pedra. Tenho vivido em outra dimensão, imaginando mil histórias com você, reescrevendo na minha cabeça como poderia ser nós dois hoje. Dizem que fantasiar, sonhar é bom, desde que não substitua a vida real. Eu troquei a vida real por sonhar com você. O melhor momento do meu dia é poder chegar de noite em casa, deitar e dar continuidade ao meu sonho com você. Tudo o que eu queria era estar do seu lado agora. Você é tudo o que eu vejo na minha frente. Estou obcecada por você como naquela época. Oscilo da tristeza profunda para uma raiva infinita por saber que você está longe, fora do meu alcance como nunca esteve. Eu queria dormir e acordar do seu lado. Esse é o único sonho que eu tenho hoje.