sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Momento colírio

Acho esse tipo de post muito idiota, ainda mais em se tratando de um blog de uma pessoa com mais de 30 anos e longe, portanto, da aborrecência... mas eu tenho de fazer isso pela minha sanidade visual e mental. Aqui está o homem que eu pedi pro papai do Céu. Ele existe, é lindo, é rico, é famoso, mora nas Zoropa e, claro, é casado. Com vocês, Clive Owen e seus lindos 44 anos anos de pura boniteza! Quem não viu, confira o moço nos filmes Closer (que eu amo de paixão), Amor Sem Fronteiras (que eu amo de paixão) e Sin City (que eu amo de paixão)...








quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Para rir e chorar

Bem, já escrevi aqui, e não canso de repetir, que eu sou absolutamente doente pelo Ayrton Senna, a ponto de chamá-lo de Ayrton na maior intimidade. Um dos dias mais felizes da minha vida foi o dia em que consegui meu autógrafo. O outro foi quando ele venceu pela primeira vez o GP Brasil, em março de 1991. Eu estava no autódromo e vi a corrida ao vivo. Um dia escreverei sobre esses dias...

Mas hoje eu quis postar aqui um texto que eu já li e reli e reli e reli tantas vezes e que gosto de reler tanto que logo decoro. Ele saiu no site do Flávio Gomes, pelo que me lembro. Sabe aquela pessoa que te conta aquela história que você sempre quis viver e achava impossível? E aí você conhece uma pessoa que a viveu e ela conta os detalhes de tal jeito que você vê tudo o que ela conta como se estivesse na frente de uma tela de cinema? Pois é, esse é o caso. Tudo o que eu queria na vida era ter a chance de um dia dar uma voltinha com o Ayrton pilotando um carro em Interlagos. Já andei lá, com um outro piloto, o mineiro e competente piloto Cristiano da Matta, mas eu queria mesmo era andar com "Deus" sentado no volante...

O texto abaixo é do jornalista de automobilismo e ex-piloto Edgard Mello Filho, um dos craques do mundo das rodas e velocidade. Ele me faz ver tudo numa telinha de cinema. Eu invariavelmente choro com esse texto. E dou risada, porque o Edgard é uma grande figura (o conheci pessoalmente quando fazia faculdade) e o Ayrton que ele mostra nesse texto é exatamente a pessoa que eu sabia que existe por trás do piloto Senna. Apenas um cara que fosse muito bom teria tanto respeito do Ayrton a ponto de ser tão provocado e o Ayrton nem ligar. Porque o Edgard provocou muito o moço nesse dia, e só amigos chegavam nesse limite com o meu ídolo.

Quem não gosta de automobilismo muito provavelmente não entende as piadas, gírias, os sons (Edgard fala muito usando honomatopéias, ou seja, imitando sons), e, pior, sequer vai captar a mágica que Ayrton fazia naquela hora e que o Edgard descreve tão bem. Mas quem curte e conhece Interlagos, conhece o Ayrton, entende perfeitamente a magnitude, a magia desse momento descrito pelo jornalista. E são essas pessoas que vão se emocionar com o texto.

Saudades…
(por Edgar Mello Filho)

Estava na minha sala no autódromo quando o celular tocou. Era o chefe.
“Tudo bem aí?”
“Tudo, chefe, o que manda?”
“Seguinte, preciso ver algumas coisas aí. Preciso dar uma olhada porque o belga (Roland Bruynseraede, o Charlie Whiting da época) vai chiar, vai ter que mexer no Berger e no Mergulho.”
“Você vem com o Esquilo e vamos dar uma volta com a Onça.”
Onça era um Opalão quatro cilindros, preto, quatro portas. Um coitado. Ele estava caindo de podre e graças ao querido amigo Paulo Taliba consegui pegar o carro para o autódromo num rolo inacreditável entre departamentos. E acredite se quiser: o chefe se divertia muito guiando a Onça. Uma vez, duas ou três semanas antes do GP do Brasil de 1994, ele me ligou e disse: “Vou aí dar uma repassada nas obras, faz o shakedown do Onça”.
O shakedown era colocar 42 libras nos pneus dianteiros e 39 nos traseiros (aliás, as únicas coisas novas do carro, presente dos bons amigos da Pirelli, quatro radiais 185 nos trinques), além de checar o arame da porta dianteira direita para ver se estava firme sem ataques de ferrugem.
Ele ria muito e nos divertíamos, principalmente quando eu, para dar um tempero, imitava o locutor da TV e narrava as voltas contra um imaginário piloto de pequena estatura e nariz enorme, docemente apelidado de “Narizinho”. E um grande urso inglês chamado “Roaaarrr”, com suas luvas uma de cada cor, vermelha na mão direita e azul na mão esquerda. Um canhão, rapidíssimo. Daqueles tipos que você acabava até gostando. A gozação em cima de “Roaarr” é que demorava um pouco para cair a ficha dele.
Deixei a Onça pronta, mas aquele dia seria especial. Ele chegou por volta das 17h20, com uma Perua Audi S2. X-tudo. Turbo, cinco cilindros, jogada no chão, aquelas rodas absurdas. Aquele barulho metálico ardido de motor bravo (as BMWs também têm esse barulho característico de isca, pega).
Sentei no lado direito, passei o cinto e já cutuquei:
“Isso aqui anda ou é para ir à missa?”
“Por quê?”
“Nada, só estou perguntando.”
Entramos pelo portão de cima mesmo e viramos à direita, rumo ao “S” com o nome dele. No começo da descida, paramos. Ele ficou olhando para a brita. Não perdi a viagem:
“Está lembrando do esparramo que o teu parceiro made in USA (Andrettinho) fez na largada do GP desse ano, aqui?”
“Isso acontece”, desconversou.
Na saída da segunda perna, ele contou: “Aqui foi a primeira vez que a luz de pressão de óleo acendeu no final do GP do Brasil. Eu vi de relance e fiquei imaginando se não tinha sido impressão. Me preparei para olhar na outra volta e a tensão aumentou porque eu estava controlando o Damon e o alemão que vinham atrás. Eu estava muito ligado neles porque o Damon usava aquele carro de outro planeta e o alemão tinha aqueles cavalinhos a mais que o meu motor, por estar usando uma série à frente”.
Perguntei, seco: “Não tem jeito de mexer neste contrato da Benetton com a Ford?”. A resposta foi meio desanimadora: “O Ron está tentando, mas não vai ser fácil, o Flavio (Briatore) está marcando em cima”.
Foi a deixa para matar a curiosidade: “Além da distribuição pneumática, tem mais alguma coisa na usina, não tem?”, perguntei. A confirmação veio, como sempre, discreta: “É, tem algumas coisinhas”. Emendei para não perder o momento: “Quantos cavalinhos o motor do alemão tem a mais que o teu?” Ele, como sempre modesto, respondeu: “Um pouco”. Cheguei junto, agora é a hora: “Um pouco quanto? Uns 90 hp?”. Estava difícil tirar informação do homem. “Não, menos”, falou. Resolvi forçar mais um pouco, já perto do limite: “70? Fala aí!” Ele manteve a guarda alta: “Não sei”.
Agora vou cutucar para tirar o cidadão do sério e arriscar o meu pescoço: “Senhoras e senhores, estamos entrevistando um piloto de F-1 que não sabe quantos cavalos tem o seu motor, é espantoso!”
Foi o tempo de encolher o pescoço e levantar os ombros. O que veio a seguir foi em três idiomas: português, inglês e sou capaz de jurar que alguma coisa em japonês: “Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii” (censurado). Ficou piiiiiiiiii da vida.
Senti que poderia ser o momento e mandei uma paralela: “Não apela, vou chutar 40 a 45 burritos a mais”. Silêncio, deu até para ouvir um pouquinho do CD do Phill Collins. Armou um bico e completou com um muxoxo: “Hummm, por aí”.
Precisei dar uma descontraída no ambiente: “Respeitável público, além de perder o lugar para o anão na Williams, ainda guia corrida a corrida com 40 cavalitos a menos no motor!”A seguir, momentos de uma leve baixaria e muita risada. Quando estávamos no final da Descida do Lago, já apontado para a subida do Laranjinha, o chefe veio com mais uma: “Essa saída do Lago me preocupa, se der uma escapada em pêndulo, com chicotada ao contrário, vai bater feio, precisava dar um jeito de mexer aqui”.
Rebati: “Já pedi para os engenheiros da Emurb darem uma olhada no que é que dá para fazer. Aqui tem um complicômetro, chefia: a confluência dos lagos. A única saída de emergência é colocar o guard-rail mais próximo da pista para não deixar ganhar velocidade na hora que esparramar. O problema, chefe, é a hora que der uma pregada bem caprichada do lado esquerdo. A lâmina vai devolver e o “elemento” vai cruzar a pista de volta para o lado direito. Precisa ver se não pega ninguém, nenhum anu errante no contrapé da biaba”.
Ele me deu uma olhada, armou uma risada de canto de boca, e conferiu: “Elemento, anu errante, contrapé da biaba?”Devolvi bem curta: “Chefia, você entendeu, não estica”.
Quando chegamos ao cotovelo - ou Bico de Pato -, ele comentou: “Aqui acendeu de novo a luz da pressão e desta vez eu vi e envelheci. Só me faltava esta, estava no final da prova. Na África do Sul devia ter chovido 15 voltas antes, e aqui, essa?! Ainda bem que o motor, que já tinha dado umas amarradas nas voltas atrás do safety-car, aguentou, já estava uma barra e agora a FISA ainda me penalizando não sei até agora por que.
Fiquei um tempão atrás do Erik (Comas, que foi o rei do ventilador no GP, pois arrumou time pênalti para todo mundo) e, quando ele tirou o pé e me mandou passar, os caras me deram o pênalti”.(N.R.: túnel do tempo, forward: Montoya, tá vendo como é coisa antiga? Aposto que são os mesmos daquela época. Aliás, para mim esta turminha já vem daquele escândalo do Japão. Túnel do tempo, rewind.)
Subimos a Junção e, no final do Café, ele diminuiu. Levou a X-tudo para o lado direito, deu uma provocada para o lado esquerdo e chamou o freio de mão. Currupeio perfeito. Viramos 180º e já estávamos voltando para o Café, iniciando a descida para Junção. Pensei: acho que é agora, vou atiçar.“Respeitável público, no espetáculo de hoje teremos Don Becon e sua peruazinha”, brinquei.Peruazinha foi a palavra mágica. Cutuquei a fera com vara curtíssima. “Você vai ver o que isso anda”.
Infernizei: “É bom mesmo, porque os caras da BMW estiveram aqui na semana passada e eu executei uma M3. Achei que anda muito, por isso estou achando isso aqui meio lerdo”. Aí o homem pegou no breu: “Então vamos ver quanto vira nesta pista ao contrário, você tem idéia?”, perguntou. Pensei comigo: “Consegui incendiar a fera…”
Completei jogando mais um pouco de gasolina: “Não sei, mas vou abrir o relógio e navegar. Atenção, Siviero para Biasion, Junção à direita, freada forte e quarta, pé embaixo”.
A partir deste momento foi só pintura. Adrenalina pura, movimentos precisos, derrapagens controladas, controle absoluto, um conjunto de ordens e contra-ordens que a S2 obedecia docilmente, como que sabendo quem manda, quem é o dono. O carro não ia para onde queria, e sim para onde “ele” queria e colocava. O cheiro de borracha queimada já era forte dentro do habitáculo.
Começando a subir o Mergulho, mandei: “Pironnen para Kankkunen, direita de alta, quarta, pé embaixo”. Quando ia avisar do Bico de Pato, o cotovelo tinha chegado. O problema é que saímos meio atravessados para o lado contrário da curva que era para a esquerda (nós estávamos andando ao contrário). Nos últimos metros antes de passar do ponto e com um improviso espírita, ele “inventou” um pêndulo que, sinceramente, não sei onde ele foi buscar. Absurdo, já todo torto, ele deu uma provocadinha e a barata entrou na dele, ameaçou voltar, eu só ouvi ele dizer: “Te peguei!”.
A partir daí foi mais ou menos assim. Na pequena balançada da direita para a esquerda, ele percebeu antes e pendurou nos alicates (ABS). O barulho lá embaixo na frente era característico: “Cram… Cram… Cram…” Tradução: não vai travar.
Quando a frente ameaçou entrar, ou melhor, quando a traseira ameaçou soltar, eu só ouvi um “rrrrrrrrrrrrrrrriiiiiippp”. Freio de mão puxado, ni qui travou o eixo lá atrás, foi-se a traseira. Quando ela foi, assinou a sentença de execução do carro. O torpedo como um todo começou a contornar, girando sobre um eixo imaginário bem no meio do carro, fazendo uma meia lua, até chegar perto da metade da entrada do Bico de Pato.
Não sei se vocês estão percebendo a magia da manobra. Até aí, ele só vinha trabalhando com forças atuantes, sistema de freio em sequências de derrapagens controladas. Naquela sucessão de manobras, ele já vinha com a mão direita selecionando uma marcha adequada para a saída.
A curva que era para ter passado, não passou. Nós estávamos dentro dela, quase apontados para a saída, com a marcha ideal selecionada e a plataforma motriz em stand-by esperando a vez dela. Chegou. Lembro que bati os olhos no velocímetro estávamos entre 95 e 105 km/h. Aquele era o ponto. O pé direito dele foi junto com o meu berro: “Dá-lhe gás!”. Naquele momento eu relembrei a ira dos deuses enfurecidos e a brutal potência da usina turbocomprimida da casa de Ingolstadt. Absurdo, absurdo, eu não conseguia definir se era castigo do céu ou coice de mula: com as costas coladas no banco, via a S2 seguir uma trajetória muito bem definida a caminho do Pinheirinho.
Sem deixar cair a peteca, emendei: “Kivimavi para Allen, terceira marcha cravado sem tirar o pé”.
Mas sempre tem um mas. Quando ele apontou puxando para a direita, o foguete empurrou um pouquinho à frente, ameaçando alargar a trajetória. Junto com a tentativa de reação, ele imediatamente telegrafou o acelerador, fazendo a traseira escorregar e ficar mais ou menos a uns 15º apontada para o lado de dentro da curva. Era tudo o que ele queria para chamar potência no acelerador. Fizemos o Pinheirinho e o “S” (antigo) em dois pêndulos.
Quando chegamos perto da zebra saindo do “S” e a caminho do Laranjinha (só relembrando que estamos andando ao contrário na pista), comentei: “Nossa o que é no chão esse torpedo! O que fala essa usina e uma estupidez!”. Ele completou “Você vai ver nas de alta”.Ao ouvir aquilo fiz uma reflexão: “Senhor, vou testemunhar a verdade, vou conhecer de perto o toque divino de um dos eleitos”. O motor urrando, o turbo descarregando, a velocidade crescendo, o Laranjinha, a Subida do Lago velocíssima com freada forte para a segunda perna na entrada da reta a caminho do Berger. Todo o Berger à direita (nós estamos andando ao contrário). O pêndulo veloz direita-esquerda para subir o “S” dele. E mais, a encardida chegada da Junção morro abaixo, quinta a pleno.
Não teria como descrever para vocês, não encontraria palavras. São sensações que você sente quando por exemplo entra num Louvre e descobre nomes como Leonardo da Vinci, Raffaello, Sanzio, Michelangelo, Merisi, Rembrandt, Harmensz. Ou quando ouve Antonio Vivaldi, Franz Schubert, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig von Beethoven, Johann Sebastian Bach ou mesmo uma “Rhapsody in Blue”, de Gershwin.
Quando você percebe que está com alguém que faz parte desta lista dos “eleitos”, como os citados acima, você se sente especial. Você vive um pequeno momento especial, que você vai levar para o resto da sua vida sem esquecer um detalhe.
Poesia ou não, sempre tive a impressão que Deus manda uns caras aqui na Terra para mostrar como Ele faz as coisas.Mas, Edgard, não dá para contar?Desculpe, não dá. Eu não tenho como descrever reações, comportamentos, atitudes, antecipações, acima de 200 km/h. Você simplesmente fica olhando sem querer perder nada.É isso.
Não dá para contar, é uma coisa sua, como foi de Gagarin, Carpenter, Armstrong e Buz Aldrin. Como você quer ver tudo e não perder nada, alguma coisa você registra. O resto, você absorve. Acho que demos umas oito voltas, depois da terceira virou rotina, conversamos, demos risada, eu xinguei a FISA (para variar)… O cheiro de borracha queimada não parou, nem diminuiu, nós é que acostumamos com ele. Lá pela sexta volta perguntei sobre Donington a resposta você já sabe. A “peruazinha” S2, um demônio, serve até para ir à feira, mas não leva desaforo para casa. Aquele motor não tem cavalos, tem búfalos enlouquecidos que, quando provocados, fazem desabar uma tormenta.
Perto do portão de saída, falei: “Me deixa aqui, vou andando até a minha sala. Falou, até mais, chefia”.Preocupado, me pediu: “Qualquer coisa, me liga. Se chegar algum pedido da FISA, me passa por fax”.Para não perder o costume, provoquei na saída: “Fica frio. Da próxima vez, vem com um A8, tá bom?”Ele deu uma gargalhada e se perdeu no transito da Teotônio Vilela.
Fico imaginando que, para quem pudesse andar com Jim Clark, Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Jackie Stewart, Nelson Piquet e Michael Schumacher, a sensação deveria ser a mesma. Só sei que, lá pelas tantas, em casa, já na madrugada, olhei para o relógio e vi que o cronômetro ainda estava funcionando. Eu tinha esquecido de parar aquela volta que fiquei de marcar. Naquele momento, 1h30 da manhã, descobri que oito horas atrás eu tinha vivido uma aventura que ficaria na minha lembrança para o resto dos meus dias. Simplesmente ela se juntava a outras como o meu primeiro DKW de corrida, a minha primeira vitória com o Opala, a vitória nos “1000 Km de Brasília”, a vitória nas “12 de Goiânia”, a vitória no “Troféu José Carlos Pace” em Brasília, meu primeiro Campeonato Brasileiro de D3, o segundo, meu primeiro vôo num PA18 (todo mundo chamava de teco-teco).
Lembranças, memories, coisas que você não esquece mais.Não sei se isso ajudou, mas por essa e outras experiências eu não tive nenhuma dúvida em ir para a frente das câmeras da TV Manchete naquele maio maldito e ficar berrando, durante oito ou nove horas, que podiam esconder todas as fitas que quisessem, mas ele não tinha errado. Alguma coisa tinha quebrado ou acontecido. Está bem, não discuto, tinha chegado a hora dele, ninguém foge dos desígnios de Deus. Mas ele foi de pé, como um grande campeão. Reduziu três marchas e freou. Quer mais consciência do que isso de uma situação de emergência?
Os números podem falar o que for, pouco me importa. Eu sou feito de emoção.Nasci, vivi e vou morrer assim. A vida sem adrenalina simplesmente não tem graça. Jamais vou separar a emoção do coração. Por isso, onde você estiver:
— ACELERA, AYRTON. ACELERA, CAMPEÃO!

Reflexão sobre uma resposta

Adorei o comentário da Fernanda no post anterior... Quando sei de uma pessoa que tem alguma fé no amor romântico e se encontrou nele, fico feliz, porque me dá uma certa esperança na humanidade. Mas eu realmente não quero, não estou procurando por um amor. Eu me encanto com um cara aqui, outro ali, e passo meses e até anos sem sequer me interessar por alguém. Não procuro tampas de panelas, caras metade ou outras metades de laranja, não acho que esse negócio de amor seja pra mim.

Não estou me fazendo de coitadinha, mas é que eu sei meus limites. Eu sou uma pessoa difícil: sempre fui um tanto independente, de gostar de fazer as coisas sozinhas, anti-sociável. Isso me tornou ranzinza, mesquinha e individualista no sentido de ser muito egoísta. São coisas que não favorecem o amor em nada. E são coisas que eu não consigo mudar em mim mais. Para que vou submeter um cara a tentar uma história comigo, sabendo que eu não conseguirei fazer o camarada feliz?

No caso específico da pessoa do post anterior, nós não temos nenhum relacionamento próximo. Sequer somos amigos. Somos colegas de balada árabe, e olhe lá, porque a maior parte das vezes a gente sequer se cumprimenta. Eu sei pouca coisa sobre ele, e ele sabe menos ainda sobre mim. Nunca conversamos seriamente a respeito de quem somos ou de nossas vidas. Esse joguinho é a única relação que temos, por enquanto.

Eu me divirto com o jogo porque gosto de ficar pensando nas razões das coisas, nos porquês. E tem a carência também, que faz com que qualquer coisinha sem importância que ocorra, como essas brincadeiras que ele fez, me tire os pés do chão, me fazendo pensar dias e dias sobre o cara. Se eu fosse uma pessoa madura e bem-resolvida na área do amor, jamais daria tanta importância para coisas tão pequenas. Ele, certamente, nem se lembra que eu existo e esqueceu que me viu no instante em que saiu do bar, enquanto eu pensei e pensei e ainda escrevi trocentas linhas formulando uma pseudo-teoria de psicólogo canastrão a respeito dele e do que ele quer comigo. E continuo pensando e escrevendo sobre isso.

E fato é que tudo que escrevi pode ser mentira, porque eu sei pouco dele e tudo o que falo e escrevo dele é permeado de preconceito em relação a homens bonitos, ricos, mais velhos e solteiros. Logo colocamos na testa desse tipo de pessoa que ele é um canalha ou que ele é gay, caso não seja visto com mulher, ou que tem problema sexual e não consegue "pegar" mulher. Claro que ele é canalha com a mulherada em geral, mas eu não sei nada sobre ele. Não sei se ele já casou e separou, se ele já se apaixonou por uma moça que o fez sofrer muito, não sei se ele está procurando uma pessoa para levar a sério... Só tenho o aparente e com base nele que escrevo.

Sou pessimista, sempre espero o pior das pessoas e acho que as pessoas não mudam, ou mudam pouco, a partir de certa idade. Nada me garante que ele não pode encontrar uma mulher, um dia, se apaixonar e levar essa mulher a sério. Já conheci um ou dois galinhas profissionais que hoje estão casadinhos ou quase casadinhos e levam suas respectivas a sério. Mas como eu sou descrente, acho pouco provável que um dia esse homem, especificamente, vá olhar para alguma mulher e enxergar nela algo mais do que uma boa noite de diversão. Não falo isso para condená-lo: ele faz o que quiser e se tem mulher que se presta a ser só diversão - e eu sou uma delas -, problema da moça, uai! Cada um vive sua vida como acha que deve.

Eu só não quero vir aqui no blog um dia para escrever que estou magoada porque ele ficou com outra garota na festa, apesar de termos ficado juntos uma noite antes. Porque acho muito provável que seja assim comigo, como já foi com várias outras garotas com quem ele ficou. Pé no chão é tudo nessas horas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A descoberta do eletromagnetismo

Quando criança, eu adorava brincar com imãs. Gostava de colocá-los à distância e soltar para que grudassem. Gostava de colocar dois imãs virados um para o outro, mas no mesmo polo, para vê-los se repelir. Gostava de jogar preguinhos, porcas e parafusos na mesa e passar o imã para grudar. De brincar com limalha de ferro e fazer desenhos com ela, usando o imã por baixo da mesa. De "fazer mágica", colocando uma moeda em cima da mesa e passando o imã por baixo, de forma a parecer que a moeda andava sozinha. A força de atração e repulsão do imã sempre foi uma coisa legal pra mim, o que não valeu para a Física como um todo. Eu não entendo quase nada dessa área do conhecimento e passei em vestibular graças ao "decoreba" mesmo.

Mas ontem, eu tive um momento eureka em relação ao eletromagnetismo, um dos assuntos da Física. A revelação. Ontem, entendi de verdade o que é essa força, porque ontem, eu fui um imã. Juro! Eu fui um imã que encontrou outro imã e esse imã estava brincando comigo, testando ora a atração, ora a repulsão. Primeiro, ele se aproximou muito, mas sem encostar, e eu me senti pequena e parecia estar derretendo, enquanto ele parecia ter crescido muitos metros e seu tórax parecia ter ficado muito mais largo. Depois, assim de pertinho, manteve um olhar fixo nos meus, em meio a fumaça de arguile. Eu quase podia sentir a onda eletromagnética, igual aquelas cenas de desenho animado do Pica-Pau atraindo ferraduras com imãs, com as ondinhas me puxando para ele. Isso do olhar ocorre vez ou outra quando estamos longe um do outro, mas de perto, é muito forte, dá tanto medo que causa paralisia.

Foi impossível parar de olhar para aqueles olhos verdes, tão brilhantes que parecia água. Uma expressão séria no rosto, mas um olhar que me engoliu. Me arrastava em direção a ele, como se ele fosse um imã e eu também. Hipnótico mesmo. Que me "grudou" a ele durante menos de um minuto, como se a gente tivesse realmente se abraçado, apesar dele não ter sequer pegado na minha mão. Foi uma competição para ver quem sustentava mais tempo o olhar fixo nos olhos do outro.

Se até aqui você acha que está lendo algo estilo Sabrina-Júlia-Bianca, romance água com açúcar, duas pessoas apaixonadas perdidamente uma pela outra, esqueça. Não se trata de amor, nem de paixão, nem de paquera, nem de amizade, nem de sexo, nem de atração. Aliás, há atração e sexo, mas isso são elementos de um jogo. Não, não é um jogo de amor. É uma competição entre um homem que alimenta sua auto-estima, seu ego, pelo sexo, por conseguir mulheres com quem possa dormir. E de uma mulher que é muito garota, pois imatura, e que, apesar de obviamente querer ceder, luta contra si e contra ele e seu poder de arrastá-la para esse jogo e de vencê-lo.

Ela age por orgulho e sentimento de superioridade, porque quer dizer para si e para outros que ela não cai no papo de qualquer um, mesmo que esse qualquer um seja uma pessoa irresistível como ele. E ele não quer realmente chegar às vias de fato. Ele quer apenas saber que pode tê-la, se quiser, quer apenas dizer ao próprio ego que ele pode ter todas, inclusive aquela que parece não ligar para ele, que o maltrata, que o ignora, que não cai no seu colo nem diz "sim, senhor" pra tudo o que ele fala. A conquista tem sabor pelo ato de conquistar, e só. Depois de conseguido o objetivo, o jogo perde a graça e parte-se para outra.

Por não querer nada, de fato, além da confirmação de saber que se quiser, poderá conseguir, ele também usa a força de repulsão. É a forma de medir seu poder. Porque assim ele pode dizer ao próprio ego que ele é tão irresistível que eu não resisto a ele, não importa o quão inapropriado seja seu comportamento. E eu o provoco para que ele faça uso da face de repulsão desse imã, levando-o a se comportar da forma rotineiramente inapropriada com a qual ele brinda as mulheres com quem fica. Dessa forma, eu também me lembro de quem ele é e me mantenho afastada dele. Então, como uma bióloga fazendo teste de laboratório, eu resolvi quebrar aquela atração magnética dos olhares. Pedi pra fumar o arguile, ele fez menção de passá-lo para mim e eu pedi para ele continuar a segurar a mangueira do arguile. Já esperando uma brincadeira maliciosa da parte dele, ou seja, o uso da força de repulsão, porque ele é uma cobaia bastante previsível. E ela não tardou:

Ele - "Você gosta que eu segure enquanto você faz isso?" (Eu estava apenas fumando arguile...)
Eu - (sorriso) "Você gosta de segurar enquanto eu faço isso?"
Ele - "Gosto."
Eu - "É, você tem carinha mesmo de quem gosta..."

Ele se sentou, eu me sentei, e depois de um tempinho, fui pegar na mão dele para pedir de novo para fumar o arguile. E ele ameaçou abrir o zíper da calça, numa alusão sobre o que ele queria, aumentando a carga da força de repulsão, me lembrando claramente de quem ele é, de fato. Não o moço que fica olhando séria e fixamente para você, como um apaixonado bobão, mas um cafajeste como muitos outros por aí, amante da baixaria e vulgaridade. Em resposta ao gesto de abaixar o zíper, fiz com a mão o gesto bonito de "vai tomar no...", mas peguei a mão dele para fumar o arguile e fumei, enquanto ele, um amigo e eu ríamos da palhaçada dele. E as coisas morreram aí, como sempre acontece. Ele sabendo que, se quiser, consegue. E eu xingando o moço ou mandando-o para lugares inapropriados.

O que me intriga é realmente ele não completar o jogo. Queria que Santo Freud ou outra alma iluminada qualquer me explicasse o que faz ele satisfazer seu ego apenas ficando na possibilidade de conseguir algo quando quiser. Seria a sensação do "eu posso"? Porque para esse tipo de homem, o que conta são os números, quantas ele conseguiu levar para a cama. E na minha situação, não é essa a conta que ele faz, porque ele não vai sair desse jogo de olhares e uma ou outra gentileza para atrair e palhaçadas para afastar. Por que comigo é diferente? Será que sou feia demais? Burra ou inteligente demais? Certinha demais? Ou ele acha que vou pegar no pé dele, se ficar comigo?

Cheguei a achar que ele não me achava interessante, mas ele deixou bem claro para um amigo nosso comum que ele tinha muita curiosidade a meu respeito. Meu amigo disse que ele estava interessado, e que especulou para saber se esse meu amigo já tinha ficado comigo ou era só amizade mesmo. Uma vez, ele me viu ficando com um cara e disse que estava com ciúmes. Eu dei risada, e ele ficou de cara mais feia ainda, dizendo que não estava brincando, que falava sério. Mas eu não acreditei, apesar de gostar da idéia. Depois, ele quis saber se eu tava firme com o cara, se tinha rolado sexo e se foi bom. Disse que não estava namorando, rolou sexo e foi legal. Ele encerrou o assunto, com um "se foi bom, é o que interessa". Nunca entendi muito essa nossa conversa sobre o cara com quem eu fiquei...

Outra vez, eu disse que eu não era o tipo dele, porque não era loira. Ele falou que gostava mais de morenas e começou a me contar sobre todas as moças da festa com quem ficou, pra mostrar que havia ficado mais com morenas. E dizia quais foram boas de cama, mais ou menos, e fracas. Papo altamente canalha, de homem altamente canalha. Mas não me espantei. Ele tem uma coisa importante: é autêntico. Qualquer pessoa sabe que ele é assim, fica com ele então porque quer, gosta dele porque quer.

Também já pensei e ouvi a teoria de que ele tem medo de gostar de mim, de se envolver. Mas além de ser algo meio romântico demais pra um canalha, não orna porque ele parece ser do tipo que não gosta de ninguém, a não ser dele mesmo, da família e de alguns amigos do peito. O perfil dele não é esse de ter medo de mulher. Mais de 50 anos, solteiro, sem filhos, rico, e com uma agenda de telefones lotada de nomes de mulher. Ele tem tantas na agenda que se quisesse podia tomar café com uma, almoçar com outra, tomar café da tarde com outra e jantar com outra, diariamente. E demoraria para repetir as mulheres. Ele gosta de mulheres mais ricas e produzidas, de preferências nos 20 anos, cara de modelo ou de puta, de preferência voadinhas e com papo superficial. Eu sou pobre, 3.4, tipo comum e metida a intelectual... Nada a ver.

É, é um quebra-cabeça esse. Adoro quebra-cabeças, mas será que esse eu consigo montar?

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Lé com cré

Meu professor de Política de Ensino, Poeb, o professor I-Juca Pirama, cara do Dinho do Mamonas e provavelmente o professor mais gatinho com quem tive aula na USP (eu amo o Bittar, mas dizem que ele joga em outro campo... rsrs), costuma usar isso na aula: "quem liga lé com cré..." Eu gostaria muito de ressuscitar em 2070 para ver como os historiadores, sociólogos, economistas, geógrafos etc vão "juntar lé com cré" para explicar os nossos tempos de crise.

Definitivamente, há alguma ligação entre eleição de um conservador Bush para substituir um menos conservador Clinton (quase sempre o estadudinense é, por natureza, conservador; há os mais conservadores, a la Bush, totalmente à direita, e os menos, como la Clinton, a esquerda da direita). Seguido do atentado terrorista de 2001 nos EUA, guerra de Iraque, endurecimento dos conflitos no Oriente Médio, crescimento de Índia, China e outros países que tornaram o mundo multipolar e não mais o bipolar socialismo-capitalismo. Temos a ascensão de Lulas, Chaves e afins, governos à esquerda, em países subdesenvolvidos. Temos um breve período de crescimento, crise de petróleo, discussões sobre aquecimento global e energia alternativa, e, agora, uma crise econômica comparada ao Crash da Bolsa em 29 e aos tempos da Segunda Guerra Mundial.

Mas, pessoa medíocre que sou (medíocre no sentido de estar na média), eu não consigo ligar "lé com cré", como diz o professor Juca. É um processo, eu entendo que tudo se liga. Mas não consigo formular a ligação. Queria ser um gênio, mas é sempre assim. Eu percebo vagamento que existe alguma coisa diferente, mas não consigo formular o que é. Estou quase lá, mas nunca chego. Sabe aquela sensação de quando você quer lembrar uma palavra, e ela está na ponta da língua, mas a maldita não vem à boca? Eu vivo assim.

Eu quase consigo ter essa capacidade dos gênios de ver à frente do seu tempo, ou de formular pensamentos complexos que ligam "lé com cré", o que cientificamente é conhecido por síntese, mas esses pensamentos estruturados nunca se formulam com conexão e sentido. Ficam mais como uma sensação. Aí eu preciso de alguém iluminado para fazer as conexões e poder entender aquele pensamento que se desenhou vagamente na minha cabeça, mas não se completou. Isso é muito, muito frustrante, essa sensação de você quase ter uma habilidade de gênio, mas não ter. Ficou desenvolvida pela metade. Como se eu soubesse fazer diagnóstico, mas não soubesse a cura para nada. Será que se eu ler e estudar mais, eu chego lá, eu ligo "lé com cré"?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Há 20 anos

Há 20 anos, precisamente, eu estava comemorando o fato de ter passado no vestibulinho do Oswaldo Catalano, na época um dos melhores colégios públicos da região leste de Sampa. A escola tinha apenas o segundo grau ou colegial, hoje ensino médio. Comentei isso em voz alta para meu irmão esses dias e caí numa deprê profunda, dormi sem parar das 19h até 9h15 do dia seguinte, e só acordei porque o relógio despertou.

Fiquei pensando em tudo o que ocorreu nesses 20 anos. Eu tenho poucas, pouquíssimas boas e felizes histórias para contar. Não tenho nenhuma grande loucura de juventude ou aborrecência para dizer ao meu sobrinho, talvez tirando as maluquices relacionadas ao Ayrton, que nem sei se são divertidas...

Nesses 20 anos eu estudei, me perdi do Jaime, conheci o Marcelo, fiquei apaixonada pelo Marcelo, fui esnobada pelo Marcelo, "perdi" o Marcelo em um acidente de moto, consegui ver o Ayrton de longe e de perto, perdi minha avó, perdi meu tio Enir, decidi qual seria minha profissão, passei na faculdade, comecei a namorar e fui morar com o camarada, comecei a trabalhar na área, perdi o Ayrton, me formei, comprei um carro, um celular, perdi meu primo Edson, me separei, comprei uma casa, passei na USP, dormi com alguns amigos, não namorei novamente, fiz pós na Unicamp, descobri a dança do ventre e a cultura árabe, descobri a caipirosca e a cerveja e o quanto é bom tomar uns porres quando estou triste, me apaixonei de verdade pelo Sergio, quebrei a cara e coração por gostar do Sergio e não ser correspondida, vendi a casa e comprei outra, troquei uma única vez de celular e de computador, e ainda estou com o mesmo carro.

Além de ver que minha vida foi chata e inútil, me pergunto o que farei pelos próximos 20 anos. A resposta é um quadro negro. Nada me vem a mente. Serão mais 20 anos de vazio... ou de perdas enormes. Minha perspectiva não é nada agradável, nada mesmo. Bem, com licença, vou ali me afogar na cerveja. E não acho que vou voltar tão cedo...

Notas sobre o final de ano

Sumi, tirei férias e decidi ficar longe o maior tempo possível do computador. Poucas coisas dignas de nota na virada de 2008 para 2009:

1) comprei muitos presentes, mas ganhei uma caixa de sabonetes da Natura da minha mãe que é uma delícia, dá vontade de comer.
2) meu irmão estava conversando com o Ricardo no dia do Natal (ou Ano Novo?), meu sobrinho quis ir com o pai e ver a moto do Ricardo, e eu não aproveitei a oportunidade para cumprimentá-lo. Ganhei um pito do meu irmão por não ter ido lá falar com ele. Definitivamente, esse é o pior sinal do mundo, meu irmão me incentivando a chegar em um carinha.
3) comi muito, bebi pouco. Deveria ter invertido - vide item 4 abaixo.
4) as festas de família são a mesma coisa sempre: os mais novos monopolizam a sala de estar, assistindo porcaria na TV e não me deixando ouvir música. Os mais velhos ficam na garagem, conversando. As mais velhas ficam na cozinha, conversando e cozinhando. Sempre falam mal de uma prima minha, que é porca, folgada e sem noção, e de uma tia minha, que é franca demais da conta e ninguém tolera muito as verdades que ela diz. Eu fico com meu sobrinho, quando ele não está com minha cunhada.
5) a festa árabe continua a mesma. Muitos sem noção, bons amigos de balada, boa música, boa dança. Desanimei com a dança do ventre. Acho que vou sair.
6) tirei 10 em Didática, 9 em Política do Ensino (POEB) e 7 em Teoria da Região. É, foi um bom semestre, apesar do 7 em Teoria. Bem, o professor é o Élvio, e a aula é Filosofia e Epistemologia da Geografia, então eu considero que fui bem, porque não tenho base em nenhuma das duas coisas.
7) minha lista de coisas para fazer em 2009 teve um único item, que é não fazer nenhuma lista de coisas que devo fazer em 2009 (emagrecer, fazer ginástica, ler mais e outras coisas que eu sempre prometo que vou fazer e não faço).
8) agradeci por termos chegado no final de 2008 inteiros e bem. Minha família é muito grande e sempre acho um milagre atravessar o ano sem ter nenhuma morte, doença, um divórcio ou algum outro tipo de caso triste para lamentar.
9) recaída em relação ao Comandante... ele tem tudo para ser o Big da minha vida, se eu não tomar sérios cuidados.
10) se 2009 for igual a 2008, tudo já estará muito bom.