quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Reflexão sobre uma resposta

Adorei o comentário da Fernanda no post anterior... Quando sei de uma pessoa que tem alguma fé no amor romântico e se encontrou nele, fico feliz, porque me dá uma certa esperança na humanidade. Mas eu realmente não quero, não estou procurando por um amor. Eu me encanto com um cara aqui, outro ali, e passo meses e até anos sem sequer me interessar por alguém. Não procuro tampas de panelas, caras metade ou outras metades de laranja, não acho que esse negócio de amor seja pra mim.

Não estou me fazendo de coitadinha, mas é que eu sei meus limites. Eu sou uma pessoa difícil: sempre fui um tanto independente, de gostar de fazer as coisas sozinhas, anti-sociável. Isso me tornou ranzinza, mesquinha e individualista no sentido de ser muito egoísta. São coisas que não favorecem o amor em nada. E são coisas que eu não consigo mudar em mim mais. Para que vou submeter um cara a tentar uma história comigo, sabendo que eu não conseguirei fazer o camarada feliz?

No caso específico da pessoa do post anterior, nós não temos nenhum relacionamento próximo. Sequer somos amigos. Somos colegas de balada árabe, e olhe lá, porque a maior parte das vezes a gente sequer se cumprimenta. Eu sei pouca coisa sobre ele, e ele sabe menos ainda sobre mim. Nunca conversamos seriamente a respeito de quem somos ou de nossas vidas. Esse joguinho é a única relação que temos, por enquanto.

Eu me divirto com o jogo porque gosto de ficar pensando nas razões das coisas, nos porquês. E tem a carência também, que faz com que qualquer coisinha sem importância que ocorra, como essas brincadeiras que ele fez, me tire os pés do chão, me fazendo pensar dias e dias sobre o cara. Se eu fosse uma pessoa madura e bem-resolvida na área do amor, jamais daria tanta importância para coisas tão pequenas. Ele, certamente, nem se lembra que eu existo e esqueceu que me viu no instante em que saiu do bar, enquanto eu pensei e pensei e ainda escrevi trocentas linhas formulando uma pseudo-teoria de psicólogo canastrão a respeito dele e do que ele quer comigo. E continuo pensando e escrevendo sobre isso.

E fato é que tudo que escrevi pode ser mentira, porque eu sei pouco dele e tudo o que falo e escrevo dele é permeado de preconceito em relação a homens bonitos, ricos, mais velhos e solteiros. Logo colocamos na testa desse tipo de pessoa que ele é um canalha ou que ele é gay, caso não seja visto com mulher, ou que tem problema sexual e não consegue "pegar" mulher. Claro que ele é canalha com a mulherada em geral, mas eu não sei nada sobre ele. Não sei se ele já casou e separou, se ele já se apaixonou por uma moça que o fez sofrer muito, não sei se ele está procurando uma pessoa para levar a sério... Só tenho o aparente e com base nele que escrevo.

Sou pessimista, sempre espero o pior das pessoas e acho que as pessoas não mudam, ou mudam pouco, a partir de certa idade. Nada me garante que ele não pode encontrar uma mulher, um dia, se apaixonar e levar essa mulher a sério. Já conheci um ou dois galinhas profissionais que hoje estão casadinhos ou quase casadinhos e levam suas respectivas a sério. Mas como eu sou descrente, acho pouco provável que um dia esse homem, especificamente, vá olhar para alguma mulher e enxergar nela algo mais do que uma boa noite de diversão. Não falo isso para condená-lo: ele faz o que quiser e se tem mulher que se presta a ser só diversão - e eu sou uma delas -, problema da moça, uai! Cada um vive sua vida como acha que deve.

Eu só não quero vir aqui no blog um dia para escrever que estou magoada porque ele ficou com outra garota na festa, apesar de termos ficado juntos uma noite antes. Porque acho muito provável que seja assim comigo, como já foi com várias outras garotas com quem ele ficou. Pé no chão é tudo nessas horas.

2 comentários:

Fernanda Medeiros disse...

Fico feliz por minha opiniao ter causado alguma reacao em vc.
Eu tb passei por ai. Tb me fechei pro mundo e pros homens. E tb pensei que jamais fosse me casar pq eu tb era cheia de manias.

Mas eu aprendi que para ganhar umas coisas, vc tem que abrir mao de outras. E isso, na verdade, nao tem importancia, pq vc faz de coracao. E isso te ajuda emocionalmente. O importante mesmo e nao parar.

Se vc fizer durar, vale a pena.

Qdo vc se abrir para o mundo, o mundo se abrira para vc.
Mas tem que ser no momento que vc sentir, nao no momento que eu te diga.

Qdo vc tiver a possibilidade de mudar, simplesmente mude.
Ninguem te pedira contas.
As pessoas se equivocam, renunciam e tentam outros caminhos.
Vc tb pode.

Relacionamentos superficiais, so somente superficiais.
O amor e um sentimento que te leva onde jamás vc chegará sozinha.

Em algum lugar do mundo, haverá alguém que queira as mesmas coisas que vc.
Just open your heart and listen to the voice of your soul.

Tenha um otimo fds.

Anônimo disse...

Fernanda, valeu pelo comentário. O maior problema está justamente no abrir mão de algumas coisas para ganhar outras. Minha vida é tão boa, por conta da minha liberdade, que a pessoa por quem eu abriria mão dessa minha vida teria de ser muito fantástica para valer a pena trocar o que tenho por viver uma vida em comum. Eu sei que depois vou cobrar dela "os sacrifícios" que fiz em troca de estar com ela. Na verdade, ainda não achei alguém que me fazesse pensar que vale a pena abrir mão de alguma coisa para estar com ela. Prefiro ficar na superficialidade, onde cobranças e abrir mão das coisas não existem. Beijão!