segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Há 20 anos

Há 20 anos, precisamente, eu estava comemorando o fato de ter passado no vestibulinho do Oswaldo Catalano, na época um dos melhores colégios públicos da região leste de Sampa. A escola tinha apenas o segundo grau ou colegial, hoje ensino médio. Comentei isso em voz alta para meu irmão esses dias e caí numa deprê profunda, dormi sem parar das 19h até 9h15 do dia seguinte, e só acordei porque o relógio despertou.

Fiquei pensando em tudo o que ocorreu nesses 20 anos. Eu tenho poucas, pouquíssimas boas e felizes histórias para contar. Não tenho nenhuma grande loucura de juventude ou aborrecência para dizer ao meu sobrinho, talvez tirando as maluquices relacionadas ao Ayrton, que nem sei se são divertidas...

Nesses 20 anos eu estudei, me perdi do Jaime, conheci o Marcelo, fiquei apaixonada pelo Marcelo, fui esnobada pelo Marcelo, "perdi" o Marcelo em um acidente de moto, consegui ver o Ayrton de longe e de perto, perdi minha avó, perdi meu tio Enir, decidi qual seria minha profissão, passei na faculdade, comecei a namorar e fui morar com o camarada, comecei a trabalhar na área, perdi o Ayrton, me formei, comprei um carro, um celular, perdi meu primo Edson, me separei, comprei uma casa, passei na USP, dormi com alguns amigos, não namorei novamente, fiz pós na Unicamp, descobri a dança do ventre e a cultura árabe, descobri a caipirosca e a cerveja e o quanto é bom tomar uns porres quando estou triste, me apaixonei de verdade pelo Sergio, quebrei a cara e coração por gostar do Sergio e não ser correspondida, vendi a casa e comprei outra, troquei uma única vez de celular e de computador, e ainda estou com o mesmo carro.

Além de ver que minha vida foi chata e inútil, me pergunto o que farei pelos próximos 20 anos. A resposta é um quadro negro. Nada me vem a mente. Serão mais 20 anos de vazio... ou de perdas enormes. Minha perspectiva não é nada agradável, nada mesmo. Bem, com licença, vou ali me afogar na cerveja. E não acho que vou voltar tão cedo...

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