quinta-feira, 5 de novembro de 2009

De quem é o jogo?

Depois do que ocorreu nesse final de semana (a carta, a vergonha, a rejeição, o sermão na igreja na missa do dia 2, as palavras da Fê), eu comecei a tentar sair fora, e o primeiro passo foi tirar as duas imagens do alcance da minha vista. Até porque, de início, a rejeição me causou a impressão de que me tiraram algo, de novo. Parece que se foi, de novo. Só que, ao dar o primeiro passo, parece que tudo mudou e que agora me persegue, invisível, que paira sobre mim, que flutua ao meu lado, nas minhas costas, à minha frente, que me acompanha o tempo todo. Que está por aí e eu vou dar de cara com você a qualquer momento... algo que eu queria sentir antes, e consegui agora, justo agora, que não quero mais. E sinto que ri de mim, cruelmente, como a dizer "você não queria brincar? Agora aguenta!". Como no jogo de gato e rato, como se o gato estivesse prendendo o rato pela barriga e levantasse a patinha rapidamente, o suficiente para o rato tirar o corpo debaixo dela, mas antes de sair por inteiro, a patinha do gato desceu e prendeu o rato novamente, pelas pernas. Como se quisesse que eu me liberasse, mas assim que viu que eu podia sair, resolvesse me prender novamente, porque a ideia de ser esquecido não parece suportável. Para eu não me aproximar demais, mas para não ficar muito longe também. Para eu ficar um pouco mais distante, e sofrer menos, mas não me afastar o suficiente para que o esqueça e deixe de sofrer por completo. É mais um joguinho? E se é mais um joguinho, é um joguinho seu ou um joguinho da minha cabeça?

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