Bem, a essa altura, nota-se que a acidez das minhas falas não me permite muitos momentos de sinceridade e crítica. Então, tenho me mantido muito quieta para não falar as coisas e não chatear ninguém. Com minha família não é diferente. Fazia anos que não conseguia ter uma conversa de mais de dois minutos com primas, tias e mãe em que eu falasse sobre o que anda acontecendo na minha vida. E em um outro post eu contarei sobre porque voltei a fazer a greve, depois de uma conversinha sincera em que baixei a guarda. Agora, quero me lembrar de como a greve começou. Seu início foi, exatamente, quando descobri como estavam interpretando minha reação ao namoro de uma prima de segunda grau com um amigo meu, do meu irmão e da minha cunhada.
O moço já é ex, pelo menos na vida da minha prima, que está com outro rapazote. Fato é que o tal ex era grande amigo nosso e começou a freqüentar não só a casa da minha mãe, mas da minha madrinha. E foi prontamente avisado por mim e pelo meu irmão, que já conhecíamos a carência do rapaz, ele ali pelos 23, 25 anos: "Chiquinho" (vamos chamá-lo assim), não, não e não se 'engrace' pro lado das minhas primas, Fulaninha e Fulanona (vamos chamá-las assim). Não queremos problemas com os pais delas, tá? Elas estão entrando em fase pré-vestibular, as famílias estão loucas e blablablá, por favor, não vai complicar o meio de campo." O Chiquinho foi avisado várias vezes. Ele escutou, mas prestou atenção??? Nãaaaaaaaaoooo, claro que não.
Então, um dia, Chiquinho, mui amigo, se aproveitou da intimidade com minha família, ignorou os pedidos e ordens de não se envolver com as meninas, e começou a sair com Fulaninha, menininha que não ia nem em shopping sozinha, mas podia agora namorar um rapaz que tinha carro, era mais velho e já testava cadeira de balanço em motel. Isso foi ignorado porque, afinal, Chiquinho é boa gente. E ele é boa gente porque é amigo da Mulher de Mau Humor e do irmão dela, né? Quer melhor referência? Porque essa era a única informação que pais, tios e avós de Fulaninha tinham do Chiquinho a essa altura.
E a Fulaninha, paquitinha de tudo, achou "maior legal" o novo namoradinho, para poder falar pras amiguinhas de 16 anos que namora um moço quase 10 anos mais velho e que tem carro... Até imagino as caras e bocas dela ao comentar: "ai, menino de 16 é tudo criança, nada melhor do que um cara mais velho"... Devia dizer isso toda compenetrada, cheia da tal sabedoria aborrescente.
Acontece, negada, que eu não posso me responsabilizar pelo filho dos outros. Nem pela filha. Nem eu, nem meu irmão. Se a menina aparecer grávida, que ninguém venha falar pra gente: "seu amigo, hein???" E foi exatamente nessas coisas que eu pensei quando falei pro Chiquinho não dar em cima de nenhuma menina da minha família. Não queria dor de cabeça.
Nem preciso dizer como encaro amigo traíra. Nunca é de uma forma muito empolgante. Geralmente, eu risco a pessoa do meu caderninho. E risquei Chiquinho, que com tanta menina pra pegar, foi se meter com uma prima minha, cuja família não é lá muito favorável aos namoricos da moça. Até aí, "tronquilo", né? Mas eis que a mãe de Fulaninha pergunta pra minha mãe - e essa, tão retardada quanto as outras pessoas, bota fé na teoria e pergunta para mim - se eu não estava brava com o namoro porque eu estava interessada no Chiquinho. A frase da mãe da Fulaninha foi mais ou menos assim: "Mulher Mau Humorada, você está tendo chilique porque está com ciúme do Chiquinho com a Fulaninha? Porque se for isso, me avise, que a Fulaninha está fora!"
E claro, mamãe achou que eu ia beijar os pés de todas elas porque estavam sendo generosas, querendo que Chiquinho e Fulaninha se separassem porque eu gostava de Chiquinho. Realmente, foi comovente o episódio, chorei e ergui um altar cheio de velinhas para todas elas. Veja: Chiquinho é uns cinco anos mais novo do que eu. E eu o conhecia há uns cinco anos. E nunca rolou nada, porque eu não sou fã de criar ninguém. Chiquinho é novinho, imaturo, um poço de insegurança. E nunca fez meu tipo. Em cinco anos, alguém me viu com ele??? Não... Alguém me viu dar em cima dele? Nãaaaaaaooo... Alguém me viu ficar falando dele com interesse? Nananinanão...
Mas nada disso conta. Porque é claaaaro também que uma mulher de mais de 30 anos, solteira e sem namorado só pode ter encasquetado com o Chiquinho porque gosta dele, né? Porque estava tendo um acesso de ciúme do namoro do Chiquinho com sua priminha menor de idade. Claaaaaaro, isso tudo combina comigo: mulher sozinha, solteira, quando tem problema, qual é a resposta? HOMEEEEEM!!! Não é??? Um bom macho, um machinho, no caso do indefeso Chiquinho. E eu, que respeito ao máximo o homem e relacionamento alheio, claaaarooo que não ia respeitar o namorico da Fulaninha, minha prima. Veja, por que eu iria me comportar melhor com uma parente do que com um amiga, né? Afinal, amiga é amiga, agora parente não merece respeito, certo?
Aqui quero abrir um parênteses. A discussão sobre se eu estava certa ou errada em pedir, e depois mandar, o Chiquinho não se relacionar com minhas primas é outro tema, que também se desdobra em outro post. Não estava e não estou pedindo que ninguém concorde comigo. Uma coisa é o meu pedido-ordem, outra foi minha reação. As pessoas podem não aceitar, mas acho pouco provável que não entendam minhas motivações e a reação quando minhas palavras não foram ouvidas.
Voltando: fato é que a minha adorada família não admitiu que eu estava puta com Chiquinho porque ele não se conteve e foi dar em cima de uma pessoa da minha família, contrariando os vários pedidos que viraram ordens depois de certo tempo. Para eles, ao invés de ver que Chiquinho tinha sacaneado com uma amizade - e aí teriam de ver que Chiquinho talvez não fosse aquela maravilhosa pessoa que todos estavam tentando se convencer que ele era - preferiram achar que a solteirona aqui teve um acesso de ciúme, expressado de forma imatura e inconseqüente. Que eu estava querendo sacanear a relação dos pombinhos, fazendo cara feia pro namoro, porque uma solteirona só tem um problema na vida: falta de homem.
Bando de gente preconceituosa e burra. Essa foi a resposta para minha mãe, quando ela veio me fazer a pergunta imbecil sobre se eu estava brava com o namoro do Chiquinho e Fulaninha porque queria namorar o Chiquinho. E se esse povinho acha que eu esqueci toda essa história, está todo mundo redondamente enganado. Porque além de terem sido preconceituosos, revelaram que não me conhecem, após mais de 30 anos de convivência. E ainda mostraram que entre ver um defeito em um estranho, como era o Chiquinho, e botar os defeitos em mim, preferiram a segunda opção. Dessa vez, a "culpada" era eu, não o amigo traíra.
Então, como não posso dizer ao vivo e em cores, mas está tudo entalado na garganta, fica aqui no blog, para minha querida família, o meu mais solene, bem pronunciado, determinado e bem gritado FODAM-SE! E obrigada pela lição!
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Carta ao Fulano
Caro Fulano:
Sei que você é muito próximo a mim, admiro sua consideração para com a minha pessoa e que me considere tão amiga sua. Mas, caro amigo de tantos anos, pare de ficar questionando minha opção de ser sozinha, de não querer casar, namorar, ter filhos. Se você se sente sozinho, lamento por ti. Mas não é o meu caso. Não, não continue tentando descobrir que tipo de homem me atrai e tentando se enquadrar nesse tipo, porque eu sei que você não o é, e que está sendo falso. Detesto falsidade. E sendo fraco, porque quer se adaptar a um modelo para atrair minha atenção. Detesto gente fraca. Pare de tentar bancar um cafa, porque eu gosto de cafas, usando linguajar que não é do seu repertório. Pare de tentar descobrir se gosto de homem magro, jovem, me questionando se beltrano ou ciclano fazem meu tipo.
Entenda que uma pizza aqui e um saída acolá para conversar é legal. Mas eu gosto mesmo é de ficar na minha casa, quieta, no meu canto, sem me lamentar porque não tem um moço ali. Sem ter de seguir a cartilha de moça-formada-profissional bem-sucedida-agora-precisa-casar-e ter filhos. Nunca achei que ia estudar e me formar e trabalhar e juntar minha grana para depois me casar. Fiz tudo por mim e pelos meus pais.
Fulano, perceba e acredite nisso: sou uma pessoa insuportável no dia-a-dia. Tem problema que eu quero contar, tem dia que eu quero matracar. E tem hora que quero ficar quieta, simplesmente porque quero, não há motivo especial, não quero conversar com ninguém. E não quero explicar porque quero ficar quieta e isolada.
Não quero que mudem minha TV do canal 44, a Warner, onde estão meus seriados preferidos. Nem se for para botar no National, como, você, Fulano, fez, achando que estava agradando porque mostrou que tinha conteúdo e se importa comigo, presta atenção em mim, porque eu estudo Geografia e seria natural que eu gostasse do canal... Recebeu merecida resposta quando comentou, DEPOIS DE MUDAR O CANAL DA MINHA TV SEM ME PEDIR ANTES, que eu devia assistir sempre o National. Lembra do que eu te disse: "Na verdade, quase não vejo esse canal. Gosto de vê-lo quando estou com meu pai, porque a gente fica comentando os assuntos dos documentários..." Entendeu, filho? Você tava tentando fazer algo que eu faço com meu pai, captou a mensagem?
Eu também não quero deixar de lavar calcinha no box do banheiro, com água quente, durante o banho. Nem ficar neurótica guardando as roupas que eu sempre boto na cadeira, para arrumar depois no armário. Não quero me preocupar em ir ao supermercado porque não tem nada para comer em casa. Não quero terminar de comer e já ir para a pia lavar louça porque louça suja incomoda. A mim, não incomoda. Não quero ficar limpando e deixando tudo em ordem porque, você, Fulano, vai em casa (e você, Fulano, é um ser metodicamente entediante e chato).
Não quero trocar minha cama, que é pequena e presente de aniversário dos meus pais quando fiz 15 anos, para caber uma pessoa ao meu lado (especialmente uma que eu não tenho vontade, sequer, de dar um selinho, que dirá um beijo na boca, e que dirá dormir junto....) Eu não quero tirar as fotos do Ayrton espalhadas pela minha casa. Nem deixar de ir vê-lo no Morumby quando me der vontade porque alguém, como você, Fulano, acha que é maluquice minha gostar de um cara famoso, rico, e que já faleceu. Eu sei que é maluquice e não pretendo mudar em nada. Os incomodados que se mudem!
Não quero ficar procurando o porquê das coisas, não quero ficar pensando se falta alguma coisa na minha vida toda vez que tenho um piti, não quero me controlar, por favor, como você, Fulano, me recomendou outro dia, quando eu tive um acesso de raiva em casa pelo legítimo motivo do meu vizinho estar fazendo um barulho infernal.... Não quero deixar de masclar chiclete, de falar palavrão, de usar blusas decotadas, sem costas, calças justas, de abraçar meus amigos e dançar no meio do povo porque os homens ficam olhando e alguém está com ciúme. Não quero deixar de ir nas festas árabes, nem ter de consultar alguém quando, no meio de um sábado, decido pegar meu carro e ir para a praia. Quero pegar o carro e ir. Não quero perder um fim de semana com meu sobrinho lindo para gastá-lo com você. Não quero deixar de passar Natal e Ano Novo com minha família porque alguém quer viajar ou porque o justo é passar um dia das festas de fim de ano com a minha família e o outro com a sua.
Não quero lidar com ex mulher, filhos aborrecentes, porque não gosto de aborrecentes, como não gosto de crianças - por isso, não quero filhos. E não quero alguém que fique toda hora me perguntando "você não quer filhos?" com cara de bobo, como quem pensa: "que estranho, não é possível que ela não queria filhos, sendo tão apegada à família". Não quero ninguém me enchendo porque o sofá está cheio de pêlo das minhas cachorras, porque elas podem entrar, sim, em casa. Não quero ter de ficar administrando minha agenda para marcar as coisas que eu gosto de fazer em horários diferentes porque alguém quer me ver. Não quero ninguém enchendo meu saco dizendo que eu não abro mão de nada, nem me cobrando que sou uma pessoa cheia de compromissos e não tenho tempo para ele, como você, Fulano, que não é nada mais que meu amigo, já faz comigo hoje com sua famosa frase em que cada palavra grita "estou carente": "você, querida amiga, será que poderia, por favor, abrir um espacinho, pequenininho mesmo, em sua agenda cheia de compromissos sociais para seu pobre amigo aqui?" E imagine com uma namorada, o que, você, Fulano, não deve fazer?
Fulano, desculpe a grosseria, a falta de sensibilidade, a crueza das palavras, as críticas. Mas para saúde da nossa amizade, Fulano, pare de tentar me conquistar. Mostrar que tem sardas nas costas como meu amado Ayrton, quando eu comento que adoro as sardas do Ayrton, ou que gosta das mesmas coisas que eu, ou que se sente, vez ou outra, da mesma forma que eu me sinto.... Achar que fico deslumbrada porque você viaja e conhece o mundo, come do bom e do melhor, tem amigos importantes... Me convidar para viajar com você, sabendo que eu não gosto de viajar, e sempre ressaltando que posso ficar em um quarto diferente do seu ou que você já dividiu quarto com amigas de trabalho sem nada ter acontecido, insinuando que eu posso dormir com você que nada ocorrerá, mas já trabalhando com a hipótese de dividirmos quarto... Me chamar para passar a noite na sua casa na serra, quando eu moro há 30 minutos dela, só porque o mais legal é dormir lá... Me poupe disso tudo, desse papinho furado, não cola, não me impressiona.
Ficar forçando e esperando que um dia euzinha aqui abra meus olhos castanhos e pense que você é o homem da minha vida não vai te levar a lugar nenhum. Ficar me elogiando, dizendo que estou bonita umas vinte vezes, mesmo quando estou usando um colete velho de mais de 10 anos de vida, calça larga de dança, chinelo de dedo e cabelo totalmente despenteado e embaraçado não vai me comover. Dizer que eu sou uma pessoa muito madura não vai me fazer querer ficar com você - até porque não sou muito madura, graças a Deus tenho muito o que crescer ainda. Tudo isso, Fulano, fará apenas com que a nossa amizade, que estava funcionando muito bem, se desgaste. E amigos, Fulano, não achamos em qualquer esquina.
Sei que você é muito próximo a mim, admiro sua consideração para com a minha pessoa e que me considere tão amiga sua. Mas, caro amigo de tantos anos, pare de ficar questionando minha opção de ser sozinha, de não querer casar, namorar, ter filhos. Se você se sente sozinho, lamento por ti. Mas não é o meu caso. Não, não continue tentando descobrir que tipo de homem me atrai e tentando se enquadrar nesse tipo, porque eu sei que você não o é, e que está sendo falso. Detesto falsidade. E sendo fraco, porque quer se adaptar a um modelo para atrair minha atenção. Detesto gente fraca. Pare de tentar bancar um cafa, porque eu gosto de cafas, usando linguajar que não é do seu repertório. Pare de tentar descobrir se gosto de homem magro, jovem, me questionando se beltrano ou ciclano fazem meu tipo.
Entenda que uma pizza aqui e um saída acolá para conversar é legal. Mas eu gosto mesmo é de ficar na minha casa, quieta, no meu canto, sem me lamentar porque não tem um moço ali. Sem ter de seguir a cartilha de moça-formada-profissional bem-sucedida-agora-precisa-casar-e ter filhos. Nunca achei que ia estudar e me formar e trabalhar e juntar minha grana para depois me casar. Fiz tudo por mim e pelos meus pais.
Fulano, perceba e acredite nisso: sou uma pessoa insuportável no dia-a-dia. Tem problema que eu quero contar, tem dia que eu quero matracar. E tem hora que quero ficar quieta, simplesmente porque quero, não há motivo especial, não quero conversar com ninguém. E não quero explicar porque quero ficar quieta e isolada.
Não quero que mudem minha TV do canal 44, a Warner, onde estão meus seriados preferidos. Nem se for para botar no National, como, você, Fulano, fez, achando que estava agradando porque mostrou que tinha conteúdo e se importa comigo, presta atenção em mim, porque eu estudo Geografia e seria natural que eu gostasse do canal... Recebeu merecida resposta quando comentou, DEPOIS DE MUDAR O CANAL DA MINHA TV SEM ME PEDIR ANTES, que eu devia assistir sempre o National. Lembra do que eu te disse: "Na verdade, quase não vejo esse canal. Gosto de vê-lo quando estou com meu pai, porque a gente fica comentando os assuntos dos documentários..." Entendeu, filho? Você tava tentando fazer algo que eu faço com meu pai, captou a mensagem?
Eu também não quero deixar de lavar calcinha no box do banheiro, com água quente, durante o banho. Nem ficar neurótica guardando as roupas que eu sempre boto na cadeira, para arrumar depois no armário. Não quero me preocupar em ir ao supermercado porque não tem nada para comer em casa. Não quero terminar de comer e já ir para a pia lavar louça porque louça suja incomoda. A mim, não incomoda. Não quero ficar limpando e deixando tudo em ordem porque, você, Fulano, vai em casa (e você, Fulano, é um ser metodicamente entediante e chato).
Não quero trocar minha cama, que é pequena e presente de aniversário dos meus pais quando fiz 15 anos, para caber uma pessoa ao meu lado (especialmente uma que eu não tenho vontade, sequer, de dar um selinho, que dirá um beijo na boca, e que dirá dormir junto....) Eu não quero tirar as fotos do Ayrton espalhadas pela minha casa. Nem deixar de ir vê-lo no Morumby quando me der vontade porque alguém, como você, Fulano, acha que é maluquice minha gostar de um cara famoso, rico, e que já faleceu. Eu sei que é maluquice e não pretendo mudar em nada. Os incomodados que se mudem!
Não quero ficar procurando o porquê das coisas, não quero ficar pensando se falta alguma coisa na minha vida toda vez que tenho um piti, não quero me controlar, por favor, como você, Fulano, me recomendou outro dia, quando eu tive um acesso de raiva em casa pelo legítimo motivo do meu vizinho estar fazendo um barulho infernal.... Não quero deixar de masclar chiclete, de falar palavrão, de usar blusas decotadas, sem costas, calças justas, de abraçar meus amigos e dançar no meio do povo porque os homens ficam olhando e alguém está com ciúme. Não quero deixar de ir nas festas árabes, nem ter de consultar alguém quando, no meio de um sábado, decido pegar meu carro e ir para a praia. Quero pegar o carro e ir. Não quero perder um fim de semana com meu sobrinho lindo para gastá-lo com você. Não quero deixar de passar Natal e Ano Novo com minha família porque alguém quer viajar ou porque o justo é passar um dia das festas de fim de ano com a minha família e o outro com a sua.
Não quero lidar com ex mulher, filhos aborrecentes, porque não gosto de aborrecentes, como não gosto de crianças - por isso, não quero filhos. E não quero alguém que fique toda hora me perguntando "você não quer filhos?" com cara de bobo, como quem pensa: "que estranho, não é possível que ela não queria filhos, sendo tão apegada à família". Não quero ninguém me enchendo porque o sofá está cheio de pêlo das minhas cachorras, porque elas podem entrar, sim, em casa. Não quero ter de ficar administrando minha agenda para marcar as coisas que eu gosto de fazer em horários diferentes porque alguém quer me ver. Não quero ninguém enchendo meu saco dizendo que eu não abro mão de nada, nem me cobrando que sou uma pessoa cheia de compromissos e não tenho tempo para ele, como você, Fulano, que não é nada mais que meu amigo, já faz comigo hoje com sua famosa frase em que cada palavra grita "estou carente": "você, querida amiga, será que poderia, por favor, abrir um espacinho, pequenininho mesmo, em sua agenda cheia de compromissos sociais para seu pobre amigo aqui?" E imagine com uma namorada, o que, você, Fulano, não deve fazer?
Fulano, desculpe a grosseria, a falta de sensibilidade, a crueza das palavras, as críticas. Mas para saúde da nossa amizade, Fulano, pare de tentar me conquistar. Mostrar que tem sardas nas costas como meu amado Ayrton, quando eu comento que adoro as sardas do Ayrton, ou que gosta das mesmas coisas que eu, ou que se sente, vez ou outra, da mesma forma que eu me sinto.... Achar que fico deslumbrada porque você viaja e conhece o mundo, come do bom e do melhor, tem amigos importantes... Me convidar para viajar com você, sabendo que eu não gosto de viajar, e sempre ressaltando que posso ficar em um quarto diferente do seu ou que você já dividiu quarto com amigas de trabalho sem nada ter acontecido, insinuando que eu posso dormir com você que nada ocorrerá, mas já trabalhando com a hipótese de dividirmos quarto... Me chamar para passar a noite na sua casa na serra, quando eu moro há 30 minutos dela, só porque o mais legal é dormir lá... Me poupe disso tudo, desse papinho furado, não cola, não me impressiona.
Ficar forçando e esperando que um dia euzinha aqui abra meus olhos castanhos e pense que você é o homem da minha vida não vai te levar a lugar nenhum. Ficar me elogiando, dizendo que estou bonita umas vinte vezes, mesmo quando estou usando um colete velho de mais de 10 anos de vida, calça larga de dança, chinelo de dedo e cabelo totalmente despenteado e embaraçado não vai me comover. Dizer que eu sou uma pessoa muito madura não vai me fazer querer ficar com você - até porque não sou muito madura, graças a Deus tenho muito o que crescer ainda. Tudo isso, Fulano, fará apenas com que a nossa amizade, que estava funcionando muito bem, se desgaste. E amigos, Fulano, não achamos em qualquer esquina.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
O que a dor não faz com as pessoas
Olha, tenho muita dó da família desse moço que pegou o carro e saiu dirigindo como louco pela contramão na Castello, até dar de frente com um caminhão e morrer. Mas a família do rapaz deve estar realmente entorpecida com a dor para acreditar que o menino se confundiu ao tentar voltar para São Paulo. Ele andou quatro quilômetros na contramão, passou por vários carros. Um caminhão jogou para o acostamento para não bater com ele. Desculpe, em quatro quilômetros, ele não viu que só ele estava indo no sentido errado? Se não viu, sei não... talvez não era o caso de continuar por aqui, porque ia fazer bobagem, mais cedo ou mais tarde, porque só a absoluta burrice pode explicar uma pessoa se perder na Castello e voltar pela contra-mão, por quatro quilômetros, sem perceber que está errado.
Ainda não sabem se ele estava bêbado ou drogado ou limpo. De qualquer forma, ele foi criminoso nessa sua loucura. Se bebeu ou se drogou, pegou o carro e fez bobagem, então cometeu um crime. Se tentou suicídio mesmo, cometeu dois: atentou contra a vida de terceiros e a sua. Eu já ouvi isso da minha mãe: quer se matar, se mate. Mas não leve outros com você. E tente não atrapalhar muito a vida das pessoas. Se jogar no metrô? E atrasar a chegada das pessoas ao trabalho, escola, casa, atrapalhar a vida de pessoas que nem sabem da sua existência? Que falta de consideração. Quer cortar os pulsos? Tá, mas veja se não faça muita sujeira, porque sua família já ficará mal sem ter de limpar todo o seu sangue pela casa.
Quer bater o carro? Então dirija em linha reta na direção de um penhasco e jogue seu carro. Nada de bater em poste, você fará com que muitas pessoas fiquem sem energia elétrica. Para que precisa levar um pai de família, ou uma família inteira inocente, junto com você, correndo pela contramão de uma das rodovias mais movimentadas do país? O tal do Kleber Plens poderia ter feito isso, não? Aposto que ele não pensou nisso, o egoísta. E o que os outros, aqueles que cruzaram com esse moço na rodovia, tinham a ver com o fato dele ter brigado com a namorada? Para que você vai bater de frente em uma carreta, que tem ao volante um pobre de um trabalhador, que vai ter prejuízo para arrumar seu caminhão, que perdeu aquele dia de serviço, que deve ter gastado tubos para comprar seu veículo de trabalho?
Ah tá, tem gente que tem dó. Tem gente que admira a coragem dos suicidas. Eu admiro a coragem, mas acho suicidas, assim como bêbados e drogados em geral, pessoas egoístas e fracas. Nem venha com discurso politicamente correto para cima de mim. Eu sou uma pessoa que já pensei duzentas mil vezes em suicídio. Nunca tive a coragem de encarar o outro lado. Morro de medo do desconhecido. Na dúvida, vou ficando. Quer coisa mais egoísta do que isso? Tô falando, suicidas são pessoas egoístas.
Suicidas são egoístas porque querem fazer os outros sofrerem também. Não pensam na família, não pensam que podem levar outras pessoas ao causar um acidente porque beberam demais, se drogaram demais, ou resolveram sair como malucos e se matar no meio de uma rodovia. Eles sofrem, sim. Mas são tão fracos e egoístas que querem que outros sofram também. Querem dizer "estou aqui", mas da forma mais imatura possível. Não sabem lidar com as dificuldades e não sabem pedir ajuda. E se aprendem e não conseguem, não sabem como tentar se ajudar, não sabem se virar minimamente sozinhos.
O fato é que bêbados, drogados e suicidas são pessoas que não sabem lidar com a própria vida e não tem força para encarar isso. Nem para enfrentar o sofrimento de se sentir só, perdido, desamparado etc. A Fernanda Torres disse algo interessante: parece que hoje é proibido se ficar triste. Ela tem uma teoria de que somos cobaias para tratamentos químicos que impeçam a dor, seja na forma de tristeza, depressão, mágoa, ressentimento ou qualquer outra.
No mundo das pílulas que solucionam de depressão a necessidade de emagrecer, as pessoas não querem sentir nada negativo: desilusão, dor, saudade, tristeza, nada. E também não conseguem estar felizes por apenas viver, estar com amigos, se divertindo. Quantas pessoas vão a uma balada e ficam sem beber? Elas precisam beber para ficarem mais alegres e se divertirem mais. É o fim da picada isso! Os amigos, o lugar, a música, dançar... Nada disso dá prazer se a pessoa não lubrificar a goela. As pessoas precisam de muletas porque suas vidas são tão vazias, e elas tão fracas, que só em estados alterados de consciência se permitem a alegria. No fundo, nossa sociedade quer resolver tudo com química. Alguém está ganhando muito dinheiro com isso. E não sou eu...
Ainda não sabem se ele estava bêbado ou drogado ou limpo. De qualquer forma, ele foi criminoso nessa sua loucura. Se bebeu ou se drogou, pegou o carro e fez bobagem, então cometeu um crime. Se tentou suicídio mesmo, cometeu dois: atentou contra a vida de terceiros e a sua. Eu já ouvi isso da minha mãe: quer se matar, se mate. Mas não leve outros com você. E tente não atrapalhar muito a vida das pessoas. Se jogar no metrô? E atrasar a chegada das pessoas ao trabalho, escola, casa, atrapalhar a vida de pessoas que nem sabem da sua existência? Que falta de consideração. Quer cortar os pulsos? Tá, mas veja se não faça muita sujeira, porque sua família já ficará mal sem ter de limpar todo o seu sangue pela casa.
Quer bater o carro? Então dirija em linha reta na direção de um penhasco e jogue seu carro. Nada de bater em poste, você fará com que muitas pessoas fiquem sem energia elétrica. Para que precisa levar um pai de família, ou uma família inteira inocente, junto com você, correndo pela contramão de uma das rodovias mais movimentadas do país? O tal do Kleber Plens poderia ter feito isso, não? Aposto que ele não pensou nisso, o egoísta. E o que os outros, aqueles que cruzaram com esse moço na rodovia, tinham a ver com o fato dele ter brigado com a namorada? Para que você vai bater de frente em uma carreta, que tem ao volante um pobre de um trabalhador, que vai ter prejuízo para arrumar seu caminhão, que perdeu aquele dia de serviço, que deve ter gastado tubos para comprar seu veículo de trabalho?
Ah tá, tem gente que tem dó. Tem gente que admira a coragem dos suicidas. Eu admiro a coragem, mas acho suicidas, assim como bêbados e drogados em geral, pessoas egoístas e fracas. Nem venha com discurso politicamente correto para cima de mim. Eu sou uma pessoa que já pensei duzentas mil vezes em suicídio. Nunca tive a coragem de encarar o outro lado. Morro de medo do desconhecido. Na dúvida, vou ficando. Quer coisa mais egoísta do que isso? Tô falando, suicidas são pessoas egoístas.
Suicidas são egoístas porque querem fazer os outros sofrerem também. Não pensam na família, não pensam que podem levar outras pessoas ao causar um acidente porque beberam demais, se drogaram demais, ou resolveram sair como malucos e se matar no meio de uma rodovia. Eles sofrem, sim. Mas são tão fracos e egoístas que querem que outros sofram também. Querem dizer "estou aqui", mas da forma mais imatura possível. Não sabem lidar com as dificuldades e não sabem pedir ajuda. E se aprendem e não conseguem, não sabem como tentar se ajudar, não sabem se virar minimamente sozinhos.
O fato é que bêbados, drogados e suicidas são pessoas que não sabem lidar com a própria vida e não tem força para encarar isso. Nem para enfrentar o sofrimento de se sentir só, perdido, desamparado etc. A Fernanda Torres disse algo interessante: parece que hoje é proibido se ficar triste. Ela tem uma teoria de que somos cobaias para tratamentos químicos que impeçam a dor, seja na forma de tristeza, depressão, mágoa, ressentimento ou qualquer outra.
No mundo das pílulas que solucionam de depressão a necessidade de emagrecer, as pessoas não querem sentir nada negativo: desilusão, dor, saudade, tristeza, nada. E também não conseguem estar felizes por apenas viver, estar com amigos, se divertindo. Quantas pessoas vão a uma balada e ficam sem beber? Elas precisam beber para ficarem mais alegres e se divertirem mais. É o fim da picada isso! Os amigos, o lugar, a música, dançar... Nada disso dá prazer se a pessoa não lubrificar a goela. As pessoas precisam de muletas porque suas vidas são tão vazias, e elas tão fracas, que só em estados alterados de consciência se permitem a alegria. No fundo, nossa sociedade quer resolver tudo com química. Alguém está ganhando muito dinheiro com isso. E não sou eu...
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Ah, agora eu entendi...
Em seu balanço, o Unibanco informa que registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,448 bilhões em 2007. O banco lucrou 97% mais ano passado quando comparado ao lucro de 2006, que foi de R$ 1,75 bilhão... Agora eu entendi a minha gerente. Eu pago R$ 33,00 de tarifa para o banco. Para nada. O banco não faz merda nenhuma por mim. Se eu quero pagar uma conta na boca do caixa, fico numa fila enorme. Se não quiser a fila, eu vou para o caixa eletrônico, fazer pessoalmente o pagamento. Ou seja, eu trabalho para o banco, faço aquilo que ele deveria fazer por mim. Mas que não faz, porque não bota gente no caixa. E ainda pago 33 contos por mês. São quase R$ 400 para o banco por ano. Mais tarifa pelo extrato que mandam mensalmente, e aqueles centavinhos que sempre aparecem no extrato e eu nunca sei o que é.
Pedi para reduzirem minha tarifa. No 30 Horas, me falaram que tinha de ligar para a gerente. A gerente me mandou priorizar o Unibanco, fazendo seguro, débito automático, usando cartão de crédito e o caralho a quatro. Ou seja, me empurrando mais serviço do banco, pra eu ficar pagando taxa pros putos. Vendo que eu não ia fazer nada disso, me mandou ligar no 30 Horas. Claro, o 30 Horas - que eu pago para usar, por sinal, porque sou eu que ligo - não pode fazer muita coisa.
Aí, coincidência genial, o Unibanco resolveu fazer uma pesquisa de opinião com os clientes. E eu resolvi responder. Detonei a gerente. Aí a filha da puta me liga. Eu na praia, de férias... Perguntei a ela: "você pode reduzir minha tarifa?" Ela disse não. Falei: "então filha, você não pode me ajudar. E não quero mais que me ajude, vou quitar meu financiamento da casa e encerrar a conta. Terei de ir pessoalmente aí, falar com você, para fechar a conta?" Adivinhe a resposta da piranha: "o encerramento de conta é pelo 30 Horas." E eu: "não é a forma aconselhada pelo Procon, preciso de um papel assinado e carimbado pelo Unibanco para provar que encerrei a conta." A vaca: "você terá um número da operação eletrônica como prova." E eu: "é, grande coisa isso. Beleza, eu faço o encerramento via Procon mesmo, já que é assim." Ela em silêncio... Eu: "bem, você realmente não pode fazer nada por mim. Mais alguma coisa?" Ela: "não." Eu disse "obrigada." E desliguei na cara da imbecil.
Agora eu sei porque o banco aumentou em 97% seu lucro. Assim, com essas tarifas, até eu. Mas eu vou dar logo, logo, meu grito de liberdade. Adeus Unibosta!
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Simplicidade voluntária
Num mundo consumista, tudo é marketing. Num mundo em que tudo é marketing, para tudo há marca e rótulo. Pois bem... Descobri que sou uma adepta de um tal movimento chamado simplicidade voluntária. Quer dizer, se alguém me ouvir falar sobre minha decisão de simplificar a vida, vai me botar essa porra de rótulo na cara. Na boa, nunca tinha ouvido falar da tal simplicidade voluntária até o fim de semana último. Entendi que o tal movimento engloba coisas como não ao consumismo, vamos todos andar de bicicleta, coma orgânicos e não aos transgênicos, e a preocupação do povo engajado nisso é centrada na questão ambiental. Aí achei que a tal etiqueta não combinava muito com minha testa.
A questão da vida mais simples, para mim, tem relação direta com o consumismo e com o fato de que a mídia e suas propagandas - diretas e indiretas - não podem ou não devem emburrecer demais as pessoas, como vemos ocorrer hoje no tal mundo globalizado. Já falei aqui: basear a vida no verbo ter é levar uma vida besta. A gente se mata de trabalhar para ganhar dinheiro e consumir. Vamos adquirir coisas que vão nos obrigar a trabalhar mais para mantê-las. É um círculo vicioso sem fim, e, pior, sem sentido, sem objetivo. Ter e ter. Depois ninguém entende porque há tantos deprimidos-violentos-desestruturados por aí. Não vivo para trabalhar. Trabalho para viver. Quero ficar com minha família, ver meus amigos, quero fazer coisas que não vão ser investimento na carreira nem se reverter em lucro, quero aprender por aprender, quero ter tempo pra ficar sem fazer nada no sofá, pra ver programa lixo na TV. Não quero viver pensando em como ganhar dinheiro. Até aqui, eu e o tal movimento estamos casados.
Já essa coisa toda de pensar no meio ambiente, nas futuras gerações... lindo, lindo. Mas não funciona muito comigo. Não funciona por questões práticas: alimentos orgânicos, por exemplo, são mais caros. Então, me forçam a trabalhar mais para comprá-los. E trabalhar mais me força a consumir mais energia. E mais energia requer mais alimento. Não, não. Comigo não. Eu não vou entrar em um outro círculo vicioso, sendo que meu esforço está em sair de um.
Usar bicicleta... Ah, que lindo, ficaria com umas pernas bonitas, fortes. A saúde agradece. Mas em São Paulo? No Rio de Janeiro? Em Curitiba? Em Campinas? Em Natal? Em Manaus? Quanto tempo levaria no percurso entre a casa e o trabalho? Quais os riscos de eu ser atropelada e, se não morrer, gastar uma fábula (de novo, algo aqui requer mais dinheiro) com hospital? E como voltar de noite sem correr o risco de ser assaltada?
O fato é que esse tipo de movimento ignora totalmente a realidade de grande parte das pessoas. Fazendo isso, ações possíveis, como procurar comprar e preparar uma quantidade de alimentos que não sobre e não vá parar na lata do lixo - factível para qualquer um - são colocadas num balaio de gato como "não aos transgênicos", "plante uma árvore" e "viva os golfinhos". Nada contra golfinhos. Se puder plantar uma árvore, plante! Nada a favor de transgênicos. Mas iniciativa assim vira rótulo, modinha. Não pega. Ou melhor, pega, para os 5% da população que pode andar de bike, comprar alimentos orgânicos, pagar por um óleo de soja mais caro porque ele não tem soja transgênica e tem espaço pra cultivar uma árvore.
E vi que um dos líderes do tal movimento no Brasil, a "otoridade", cobra palestra para ensinar as pessoas a viverem uma vida mais simples. Catzo! O movimento se baseia na diminuição do consumo e o cara vem oferecer palestras, artigos, e daqui a pouco livros, DVDs e o cacete a quatro! No site que dizem ser o mais representativo desse tal de simplicidade voluntuária, o canal com as dicas importantes, que se poderia aplicar no dia-a-dia, está em branco. Mas tá lá a oferta de atividades - essas pagas. Bem, você pode negociar se não tiver como pagar o que querem.
Contradição pouca é bobagem... Enfim, mais um rótulo que se transformou em produto-serviço para algum esperto ganhar dinheiro e para um bando de lesados se reunir e destacar em suas reuniões como são criaturas superiores, espertas e generosas em relação ao futuro do planeta. Modinha, pura modinha!
A questão da vida mais simples, para mim, tem relação direta com o consumismo e com o fato de que a mídia e suas propagandas - diretas e indiretas - não podem ou não devem emburrecer demais as pessoas, como vemos ocorrer hoje no tal mundo globalizado. Já falei aqui: basear a vida no verbo ter é levar uma vida besta. A gente se mata de trabalhar para ganhar dinheiro e consumir. Vamos adquirir coisas que vão nos obrigar a trabalhar mais para mantê-las. É um círculo vicioso sem fim, e, pior, sem sentido, sem objetivo. Ter e ter. Depois ninguém entende porque há tantos deprimidos-violentos-desestruturados por aí. Não vivo para trabalhar. Trabalho para viver. Quero ficar com minha família, ver meus amigos, quero fazer coisas que não vão ser investimento na carreira nem se reverter em lucro, quero aprender por aprender, quero ter tempo pra ficar sem fazer nada no sofá, pra ver programa lixo na TV. Não quero viver pensando em como ganhar dinheiro. Até aqui, eu e o tal movimento estamos casados.
Já essa coisa toda de pensar no meio ambiente, nas futuras gerações... lindo, lindo. Mas não funciona muito comigo. Não funciona por questões práticas: alimentos orgânicos, por exemplo, são mais caros. Então, me forçam a trabalhar mais para comprá-los. E trabalhar mais me força a consumir mais energia. E mais energia requer mais alimento. Não, não. Comigo não. Eu não vou entrar em um outro círculo vicioso, sendo que meu esforço está em sair de um.
Usar bicicleta... Ah, que lindo, ficaria com umas pernas bonitas, fortes. A saúde agradece. Mas em São Paulo? No Rio de Janeiro? Em Curitiba? Em Campinas? Em Natal? Em Manaus? Quanto tempo levaria no percurso entre a casa e o trabalho? Quais os riscos de eu ser atropelada e, se não morrer, gastar uma fábula (de novo, algo aqui requer mais dinheiro) com hospital? E como voltar de noite sem correr o risco de ser assaltada?
O fato é que esse tipo de movimento ignora totalmente a realidade de grande parte das pessoas. Fazendo isso, ações possíveis, como procurar comprar e preparar uma quantidade de alimentos que não sobre e não vá parar na lata do lixo - factível para qualquer um - são colocadas num balaio de gato como "não aos transgênicos", "plante uma árvore" e "viva os golfinhos". Nada contra golfinhos. Se puder plantar uma árvore, plante! Nada a favor de transgênicos. Mas iniciativa assim vira rótulo, modinha. Não pega. Ou melhor, pega, para os 5% da população que pode andar de bike, comprar alimentos orgânicos, pagar por um óleo de soja mais caro porque ele não tem soja transgênica e tem espaço pra cultivar uma árvore.
E vi que um dos líderes do tal movimento no Brasil, a "otoridade", cobra palestra para ensinar as pessoas a viverem uma vida mais simples. Catzo! O movimento se baseia na diminuição do consumo e o cara vem oferecer palestras, artigos, e daqui a pouco livros, DVDs e o cacete a quatro! No site que dizem ser o mais representativo desse tal de simplicidade voluntuária, o canal com as dicas importantes, que se poderia aplicar no dia-a-dia, está em branco. Mas tá lá a oferta de atividades - essas pagas. Bem, você pode negociar se não tiver como pagar o que querem.
Contradição pouca é bobagem... Enfim, mais um rótulo que se transformou em produto-serviço para algum esperto ganhar dinheiro e para um bando de lesados se reunir e destacar em suas reuniões como são criaturas superiores, espertas e generosas em relação ao futuro do planeta. Modinha, pura modinha!
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Enquanto isso, nos EUA...
Dos autores do screensaver em que você pode observar o senhor Bush filho, atual presidente dos EUA e escroto-mor do planeta, caindo de todo jeito entre várias bolas gigantes... Agora a versão Hillary Clinton... de biquini!!! Bem se vê que o autor dos screensavers não tem nada contra republicanos ou democratas... rsrsrs Para ver Mrs. Clinton caindo de bunda, peito, joelho, cabeça, com uma carinha que lembra a do Coringa de Batman, tamanho o sorriso da mulher, e um biquininho cor-de-rosa, clique aqui! Ou copie e cole o endereço http://www.planetdan.net/pics/misc/nakedhillary.htm...
E note que nessa página tem o link para você estourar o "Bush-shit" nas bolas gigantes e também para ver uma versão mais comportada da ex primeira-dama, em que ela está vestida com terninho.
Oh, gente, a mulher é um exemplo de esposa de presidente norte-americano: aquela que toma chifre, mas segura firme os princípios da TFP - Tradição, Família e Propriedade. Bem, temos Jackie Onassis, que perdoou com classe o senhor Kennedy dormindo com a loiraça Miss Monroe. Bem, se meu marido me chifrasse com uma das maiores loiras do cinema, daria um pé na bunda dele, mas teria um consolo, afinal era a MM, né? Agora, ser trocada por uma Monica Levinski da vida... e ainda porque a moça gosta de charuto... sendo eu uma Hillary, tão aristocrática e elegante (imaginem Hillary brincando com charuto, que cena ridícula) ... Sei não... Acho que eu cortava os pulsos. Mas, antes, dava uma de Lorena Bobbit, claro. Cortava o charuto do sr. Bill, sem dó nem piedade. E enterrava o dito. E ninguém teria a menor idéia de como fazer para localizar e desenterrar o charuto do homem!
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
Reflexões sobre uma aliança
Hoje, vi um moço bonito. Sentado no banco quase de frente ao meu, no vagão do metrô. Veio do Tucuruvi, desceu na Sé. Olhos meio esverdeados, cabelo bem preto, nariz reto, moreno. Olhou, desviou o olhar, olhou de novo, desviou. Não era paquera - tinha uma bela aliança de noivado. Ele estava ouvindo música com fones de ouvido e apertava muito os lábios um contra o outro. Cara de poucos amigos e de muita preocupação. Alguma coisa o aborrecia profundamente. Eu me mantive de óculos escuros, para ele não ver que o observava. Olhei um tempo para ver se ele estava paquerando, fiquei imaginando o que estava se passando pela sua cabeça, e ao detectar que não era paquera e ver a aliança - tudo ao mesmo tempo - voltei ao meu Machado de Assis. (Aliás, cheguei ao conto A Cartomante, que tanto esperei.)
Se tem uma coisa que detesto, mesmo, muito, de verdade, é mulher que dá em cima de homem comprometido. E vice-versa, homem que dá em cima de mulher comprometida. Traição, para mim, se justifica em dois casos. O primeiro é aquele clássico: você toma um chifre e quer se vingar. Mas a vingança deve ser uma corneada seguida de um rompimento. Se for para enrolar, ficar corneando e saindo com o sujeito/sujeita, então você se transformou em um corneador/corneadora corriqueiro e não merece meu respeito. (Qualquer hora conta uma boa história de mulher chifrada que agora é a outra em um casamento aí...)
O segundo caso que eu aceito é aquele em que são casados há anos, o homem (ou a mulher) chifra a outra pessoa seguidamente, não há condições materiais para se separarem, a mulher (ou homem) arruma outro e fica com o oficial e o amante.
Conheço uma pessoa nessa situação. Ela sofreu demais na mão do marido - ex-alcóolatra e quando novo, bonitão, chifrava a moça até com a melhor amiga.... Agora o cara tá velho, ela arrumou um outro que lhe deu mais valor, mas não larga o marido porque o puto é fraco da saúde (bebeu, fumou e comeu todas, agora o corpo está pagando,e a esposa também).
Ela se sente na obrigação de cuidar dele. E ele nunca, nunca mesmo, nunca, nunca, cuidou dela. Nem quando ficou doente ou enfrentou parto, nunca. O filho da mãe tirava um tanto do salário miserável que ganhava para sustentar uma família com vários filhos e gastava em bebida, puta e cigarro. Um pulha. Ela ralava em casa, ralava fora para completar o dinheiro e dar uma vida decente aos filhos.
Para mim, ele nunca fez nada, mas para ela, foi péssimo. E como eu amo demais essa mulher, tomei as dores. Contudo, tenho de tratá-lo bem por ela... porque se o tratar mal, quem sofre é ela. Então, armo meu sorriso hipócrita, expressões suaves e enfrento o sujeito como se ele fosse um queridinho.
Vendo essa mulher, me sinto feliz por ter tido a oportunidade de estudar, ter carreira, ganhar meu dinheiro. Nunca precisarei aturar um homem assim na vida. Deixo aqui os agradecimentos ao meu pai, e principalmente, à minha mãe, que sempre me encorajaram e investiram em mim para não ver a filha entrar numa história como a dessa mulher, tão linda, tão boa, tão dedicada e tão sofrida.
E para essa mulher, eu dedico todo meu amor e admiração também. Ela nunca lerá isso, mas pelo menos deixei registrado em algum lugar meus sentimentos. Não, não pensem que fica registrado só aqui: nos cartões de natal e aniversário que eu dou sempre escrevo que eu adoro essa pessoa, e sempre digo para ela, cara a cara, que a amo muitão. Detestaria que ela fosse embora, um dia, sem eu ter lhe dito tudo isso. Ela merece todo amor que houver nessa vida, para usar a expressão do poeta Cazuza.
Se tem uma coisa que detesto, mesmo, muito, de verdade, é mulher que dá em cima de homem comprometido. E vice-versa, homem que dá em cima de mulher comprometida. Traição, para mim, se justifica em dois casos. O primeiro é aquele clássico: você toma um chifre e quer se vingar. Mas a vingança deve ser uma corneada seguida de um rompimento. Se for para enrolar, ficar corneando e saindo com o sujeito/sujeita, então você se transformou em um corneador/corneadora corriqueiro e não merece meu respeito. (Qualquer hora conta uma boa história de mulher chifrada que agora é a outra em um casamento aí...)
O segundo caso que eu aceito é aquele em que são casados há anos, o homem (ou a mulher) chifra a outra pessoa seguidamente, não há condições materiais para se separarem, a mulher (ou homem) arruma outro e fica com o oficial e o amante.
Conheço uma pessoa nessa situação. Ela sofreu demais na mão do marido - ex-alcóolatra e quando novo, bonitão, chifrava a moça até com a melhor amiga.... Agora o cara tá velho, ela arrumou um outro que lhe deu mais valor, mas não larga o marido porque o puto é fraco da saúde (bebeu, fumou e comeu todas, agora o corpo está pagando,e a esposa também).
Ela se sente na obrigação de cuidar dele. E ele nunca, nunca mesmo, nunca, nunca, cuidou dela. Nem quando ficou doente ou enfrentou parto, nunca. O filho da mãe tirava um tanto do salário miserável que ganhava para sustentar uma família com vários filhos e gastava em bebida, puta e cigarro. Um pulha. Ela ralava em casa, ralava fora para completar o dinheiro e dar uma vida decente aos filhos.
Para mim, ele nunca fez nada, mas para ela, foi péssimo. E como eu amo demais essa mulher, tomei as dores. Contudo, tenho de tratá-lo bem por ela... porque se o tratar mal, quem sofre é ela. Então, armo meu sorriso hipócrita, expressões suaves e enfrento o sujeito como se ele fosse um queridinho.
Vendo essa mulher, me sinto feliz por ter tido a oportunidade de estudar, ter carreira, ganhar meu dinheiro. Nunca precisarei aturar um homem assim na vida. Deixo aqui os agradecimentos ao meu pai, e principalmente, à minha mãe, que sempre me encorajaram e investiram em mim para não ver a filha entrar numa história como a dessa mulher, tão linda, tão boa, tão dedicada e tão sofrida.
E para essa mulher, eu dedico todo meu amor e admiração também. Ela nunca lerá isso, mas pelo menos deixei registrado em algum lugar meus sentimentos. Não, não pensem que fica registrado só aqui: nos cartões de natal e aniversário que eu dou sempre escrevo que eu adoro essa pessoa, e sempre digo para ela, cara a cara, que a amo muitão. Detestaria que ela fosse embora, um dia, sem eu ter lhe dito tudo isso. Ela merece todo amor que houver nessa vida, para usar a expressão do poeta Cazuza.
E o Lula já está revertendo o desmatamento...
João Domingos escreve para "O Estado de SP" que o governo planeja dar uma anistia a quem derrubou ilegalmente a floresta amazônica. A medida em estudo nos Ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente diz que empresas e agricultores poderão manter 50% das fazendas desmatadas, voltar à legalidade e ter direito ao crédito agrícola oficial, se aceitarem recuperar e repor a floresta dos outros 50% das propriedades. O repórter explica que, se a decisão for adotada, o governo vai legalizar em torno de 220 mil quilômetros quadrados de Amazônia desmatada ilegalmente, uma área correspondente à soma dos Estados do Paraná e Sergipe.
Vejam o que um dos rapazes que, antes de o PT ser governo, era radical na defesa ao meio ambiente, disse agora... ele que é um "cumpanheiro" e, melhor, está dentro do governo... “O dano ambiental já ocorreu, a área já está desmatada. Esse é o fato. Permitir que a recuperação nas áreas de uso intensivo seja de 50% é uma forma de diminuir a pressão por novos desmatamentos”, afirmou o secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.
O cara de peroba ainda diz que a medida não deve ser definida como anistia. Se trata, isso sim, de uma medida excepcional, destinada a resolver um problema urgente. Esse mesmo Capobianco foi quem divulgou, no final de janeiro, os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) segundo os quais em novembro e dezembro houve aumento de desmatamento na Amazônia.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, foi mais longe ainda na defesa. Comentou que a medida é fundamental para enfrentar o desmatamento em definitivo. Vejam a linha torta que o raciocínio do homem segue: para ele, vai levar a paz ao campo... como se os problemas de luta de terra tivesse relação com a floresta e não com a invasão de madeireiras, mineradoras, grandes latifundiários etc na região, expulsando índios e pequenos agricultores do lugar, gerando, aí sim, violência.
O ministro Stephanes completa o brilhante raciocínio dizendo que "o proprietário de terras se sentirá incentivado a não fazer novos desmatamentos, pois contará com área suficiente para desenvolver suas atividades econômicas.”
Para o governo,a anistia é uma punição, porque obriga quem desmatou fora do critério de preservação de 80%, a repor até 50% da mata destruída. Notem o "até"... Não é 50%, é até 50%. Ou seja, pode ser 10% a reposição. Planta lá uma meia dúzia de árvores e resolve o problema. E quem vai fiscalizar, eu, você? O Ibama? kakakaka
Ah, e quem desmatou não precisa recuperar a área que limpou, pode comprar terreno de tamanho equivalente e manter como reserva legal. Não é fantástico? Eu derrubei toda a mata da minha propriedade. Adquiro um lote num lugar que não ia usar mesmo, a preço de banana, desvalorizado porque não pode ser derrubado e tem maior controle (tipo, áreas bem junto das reservas indígenas) e pronto, estou perdoada sem ter recuperado um único centímetro de floresta. O máximo que fiz foi adiar por alguns anos a derrubada de alguma outra área. Até eu derrubar e ser anistiada novamente, claro.
Se a remota hipótese de todos recuperaram 50% da área da propriedade que foi desmatada, a anistia poderia promover a recuperação de 220 mil quilômetros quadrados de desmatamentos. Dizem os dados oficiais que, dos 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal, cerca de 730 mil quilômetros quadrados - 73 milhões de hectares - já foram derrubados.
Bem, se o governo não fiscalizou antes da derrubada, não tem porque fiscalizar agora. Mas eles vão aprovar a medida e, em 2011, quando Lula publicar sua biografia, vai dizer que o desmatamento na Amazônia diminuiu. Ele já arrumou um jeito de reverter os números do INPE, percebem? E na sua biografia, ele ignorará o fato de que anistiou quem derrubou a mata irregularmente. E quem desmata vai continuar desmatando, afinal, vai ser anistiado mesmo, alguns anos depois. Como o presidente quer ter uma biografia "verde", anistia o povo que manda a floresta abaixo ... Ao mesmo tempo, Lula quer ser o defensor dos pobres, oprimidos e da floresta. Lindo, não?
Além disso, o Estadão conta que tem um senador esperto, o senhor Jonas Pinheiro (DEM-MT), que propôs a retirada dos Estados do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins da Amazônia Legal. Com isso, as propriedades rurais dos três Estados não teriam de cumprir o limite de 80% de reserva legal. (Amazônia Legal é formada ainda pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará.) Notem bem que estamos falando dos estados de expansão da fronteira agrícola e do arco do desmatamento. Só podia ser um DEM para propor algo assim mesmo. Ou uma UDR.
Depois ninguém entende porque o País fracassa. Todo mundo bombardeando o etanol brasileiro porque derruba floresta - a teoria diz que as áreas de alimentos, soja, milho, laranja serão expulsas pela cana e vão migrar para a Amazônia - e o governo faz uma merda dessa. Não estou aqui defendendo a preservação total, porque sei que o homem está aqui para desequilibrar o planeta até que a Terra fique de saco cheio e nos extermine, igual ocorreu com os dinossauros. Mas economicamente falando, isso é péssimo - é só quando se bota a economia em jogo que um discurso se faz ouvir na economia capitalista. Estamos dando brecha para enfrentar barreiras comerciais absurdas lá fora. Os países ricos são hipócritas, mas eles têm os dólares e os melhores mercados, então estamos mesmo em situação inferior, encaremos a realidade...
E pensar que o movimento ambiental deu trocentos mil votos pra esse pulha desse governo... Viva a "petrelhada"! A cada dia, me assusto mais com a competência desses pobres da classe média que o governo botou na máquina, deslumbrados porque agora são "otoridade" e têm cartão de crédito ilimitado para torrar...
Vejam o que um dos rapazes que, antes de o PT ser governo, era radical na defesa ao meio ambiente, disse agora... ele que é um "cumpanheiro" e, melhor, está dentro do governo... “O dano ambiental já ocorreu, a área já está desmatada. Esse é o fato. Permitir que a recuperação nas áreas de uso intensivo seja de 50% é uma forma de diminuir a pressão por novos desmatamentos”, afirmou o secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.
O cara de peroba ainda diz que a medida não deve ser definida como anistia. Se trata, isso sim, de uma medida excepcional, destinada a resolver um problema urgente. Esse mesmo Capobianco foi quem divulgou, no final de janeiro, os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) segundo os quais em novembro e dezembro houve aumento de desmatamento na Amazônia.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, foi mais longe ainda na defesa. Comentou que a medida é fundamental para enfrentar o desmatamento em definitivo. Vejam a linha torta que o raciocínio do homem segue: para ele, vai levar a paz ao campo... como se os problemas de luta de terra tivesse relação com a floresta e não com a invasão de madeireiras, mineradoras, grandes latifundiários etc na região, expulsando índios e pequenos agricultores do lugar, gerando, aí sim, violência.
O ministro Stephanes completa o brilhante raciocínio dizendo que "o proprietário de terras se sentirá incentivado a não fazer novos desmatamentos, pois contará com área suficiente para desenvolver suas atividades econômicas.”
Para o governo,a anistia é uma punição, porque obriga quem desmatou fora do critério de preservação de 80%, a repor até 50% da mata destruída. Notem o "até"... Não é 50%, é até 50%. Ou seja, pode ser 10% a reposição. Planta lá uma meia dúzia de árvores e resolve o problema. E quem vai fiscalizar, eu, você? O Ibama? kakakaka
Ah, e quem desmatou não precisa recuperar a área que limpou, pode comprar terreno de tamanho equivalente e manter como reserva legal. Não é fantástico? Eu derrubei toda a mata da minha propriedade. Adquiro um lote num lugar que não ia usar mesmo, a preço de banana, desvalorizado porque não pode ser derrubado e tem maior controle (tipo, áreas bem junto das reservas indígenas) e pronto, estou perdoada sem ter recuperado um único centímetro de floresta. O máximo que fiz foi adiar por alguns anos a derrubada de alguma outra área. Até eu derrubar e ser anistiada novamente, claro.
Se a remota hipótese de todos recuperaram 50% da área da propriedade que foi desmatada, a anistia poderia promover a recuperação de 220 mil quilômetros quadrados de desmatamentos. Dizem os dados oficiais que, dos 5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal, cerca de 730 mil quilômetros quadrados - 73 milhões de hectares - já foram derrubados.
Bem, se o governo não fiscalizou antes da derrubada, não tem porque fiscalizar agora. Mas eles vão aprovar a medida e, em 2011, quando Lula publicar sua biografia, vai dizer que o desmatamento na Amazônia diminuiu. Ele já arrumou um jeito de reverter os números do INPE, percebem? E na sua biografia, ele ignorará o fato de que anistiou quem derrubou a mata irregularmente. E quem desmata vai continuar desmatando, afinal, vai ser anistiado mesmo, alguns anos depois. Como o presidente quer ter uma biografia "verde", anistia o povo que manda a floresta abaixo ... Ao mesmo tempo, Lula quer ser o defensor dos pobres, oprimidos e da floresta. Lindo, não?
Além disso, o Estadão conta que tem um senador esperto, o senhor Jonas Pinheiro (DEM-MT), que propôs a retirada dos Estados do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins da Amazônia Legal. Com isso, as propriedades rurais dos três Estados não teriam de cumprir o limite de 80% de reserva legal. (Amazônia Legal é formada ainda pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará.) Notem bem que estamos falando dos estados de expansão da fronteira agrícola e do arco do desmatamento. Só podia ser um DEM para propor algo assim mesmo. Ou uma UDR.
Depois ninguém entende porque o País fracassa. Todo mundo bombardeando o etanol brasileiro porque derruba floresta - a teoria diz que as áreas de alimentos, soja, milho, laranja serão expulsas pela cana e vão migrar para a Amazônia - e o governo faz uma merda dessa. Não estou aqui defendendo a preservação total, porque sei que o homem está aqui para desequilibrar o planeta até que a Terra fique de saco cheio e nos extermine, igual ocorreu com os dinossauros. Mas economicamente falando, isso é péssimo - é só quando se bota a economia em jogo que um discurso se faz ouvir na economia capitalista. Estamos dando brecha para enfrentar barreiras comerciais absurdas lá fora. Os países ricos são hipócritas, mas eles têm os dólares e os melhores mercados, então estamos mesmo em situação inferior, encaremos a realidade...
E pensar que o movimento ambiental deu trocentos mil votos pra esse pulha desse governo... Viva a "petrelhada"! A cada dia, me assusto mais com a competência desses pobres da classe média que o governo botou na máquina, deslumbrados porque agora são "otoridade" e têm cartão de crédito ilimitado para torrar...
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Resumo da semana: uma negação
Não viajei no carnaval, não passeei no carnaval, não fiquei muito tempo com meu sobrinho no carnaval, não fui para a festa árabe no carnaval, não trabalhei o tanto que deveria após o carnaval...
Decidi vender minha casa sem ter para onde ir depois de uma terça infernal, por conta de um vizinho absolutamente sem senso de noção de nada, com filhos igualmente imbecis e mulher idem. No meio da crise, decidi competir com eles para ver quem fazia mais barulho, se os pentelhos infelizes dos filhos maloqueiros do meu vizinho ou eu. Considero que ganhei a parada, com um CD árabe nas alturas, tocando snujs, e varrendo o chão, batendo a vassoura de propósito nas paredes, além de alguns gritinhos, risadas altas e tosses mais altas ainda, bastante fingidas. É, bebi sim, quatro latas de cerveja, uma seguida da outra, com estômago vazio. Mas lavei a égua fazendo tanto barulho. Até agora, nenhuma reclamação. Que pena, queria que reclamassem para ouvir poucas e boas... aquele maloqueiro filho da puta!
Revi um amigo de muitos anos, agora casado, e pai de um lindo nenê. Comi queijo, tomei vinho e experimentei o maldito caviar. Parece uma geléia salgada. Ainda não decidi se gostei ou não da experiência. Morri de inveja do apartamento dele. Enoooorme, espaçoso, limpo, pintadinho, organizado. Show! Coisa para quem tem dinheiro. O que não é meu caso... snif snif. Pobreza é fueda porque tenho de conviver com gente sem educação. Nem venham com condenações politicamente corretas e hipocritamente aceitas de que boas maneiras, educação, civilidade não têm relação com a quantidade de grana que você tem no bolso.
Não generalizo dizendo que todo rico é educado e todo pobre é maloqueiro. Mas a maior parte dos ricos sabe se comportar. E a maioria dos pobres é uma merda mesmo. Não tem modos e acha que educação é tomar cerveja na porta da casa do vizinho, fofocar, e ficar de bons dias para lá e para cá, sorrindo hipocritamente pra todo mundo.
Saldo da semana: semana dos nãos. Agora vou tomar ônibus e ir pra casa dormir. Se os putos dos filhos do meu vizinho maloqueiro deixarem. Amanhã, reunião pra vender a casa, texto de trabalho para terminar e quatro casas para visitar. Pressinto que não vou gostar de nenhuma. Que meeeeeeeeerrrdddaaa!!!
Decidi vender minha casa sem ter para onde ir depois de uma terça infernal, por conta de um vizinho absolutamente sem senso de noção de nada, com filhos igualmente imbecis e mulher idem. No meio da crise, decidi competir com eles para ver quem fazia mais barulho, se os pentelhos infelizes dos filhos maloqueiros do meu vizinho ou eu. Considero que ganhei a parada, com um CD árabe nas alturas, tocando snujs, e varrendo o chão, batendo a vassoura de propósito nas paredes, além de alguns gritinhos, risadas altas e tosses mais altas ainda, bastante fingidas. É, bebi sim, quatro latas de cerveja, uma seguida da outra, com estômago vazio. Mas lavei a égua fazendo tanto barulho. Até agora, nenhuma reclamação. Que pena, queria que reclamassem para ouvir poucas e boas... aquele maloqueiro filho da puta!
Revi um amigo de muitos anos, agora casado, e pai de um lindo nenê. Comi queijo, tomei vinho e experimentei o maldito caviar. Parece uma geléia salgada. Ainda não decidi se gostei ou não da experiência. Morri de inveja do apartamento dele. Enoooorme, espaçoso, limpo, pintadinho, organizado. Show! Coisa para quem tem dinheiro. O que não é meu caso... snif snif. Pobreza é fueda porque tenho de conviver com gente sem educação. Nem venham com condenações politicamente corretas e hipocritamente aceitas de que boas maneiras, educação, civilidade não têm relação com a quantidade de grana que você tem no bolso.
Não generalizo dizendo que todo rico é educado e todo pobre é maloqueiro. Mas a maior parte dos ricos sabe se comportar. E a maioria dos pobres é uma merda mesmo. Não tem modos e acha que educação é tomar cerveja na porta da casa do vizinho, fofocar, e ficar de bons dias para lá e para cá, sorrindo hipocritamente pra todo mundo.
Saldo da semana: semana dos nãos. Agora vou tomar ônibus e ir pra casa dormir. Se os putos dos filhos do meu vizinho maloqueiro deixarem. Amanhã, reunião pra vender a casa, texto de trabalho para terminar e quatro casas para visitar. Pressinto que não vou gostar de nenhuma. Que meeeeeeeeerrrdddaaa!!!
Diálogo entre um alemão bêbado e uma estudante medíocre de Geografia
A vantagem de bater o carro - estou tentando sempre ver o lado positivo das coisas, numa dessas clássicas decisões de ano novo que a gente promete cumprir e que foi tomada há uns aninhos - é que eu me sinto cidadã e moradora de São Paulo. Explico: no carro, sou eu, eu mesma e sem nenhuma Irene. Eu, em um carro com cinco lugares que transporta apenas um ser humano. E eu sempre estou de passagem pela cidade. Não posso me distrair, pois como provei, bato o carro. Não observo a cidade nem sua gente. Não me comunico com ninguém, raramente uso celular enquanto dirigo. Enfim, fico isolada dentro do carro, passando por lugares. São Paulo, da janela do meu carro, é simplesmente um lugar de passagem. Mas não é assim quando estou no ônibus, caminhando até o ponto ou até o metrô, ou dentro do metrô. Nessa situação "desmotorizada", eu me sinto como uma pessoa da cidade. Olho paisagens, gentes, muito interessante a minha Sampa. Gosto de falar obrigada ao motorista do microônibus, de pedir licença para descer do metrô, de olhar as pessoas e imaginar as vidas que levam etc.
Bem, tem os contratempos. Eu sou uma moça muuuuuito sortuda: todo bêbado, quando entra no ônibus ou no metrô, vai se sentar ou ficar em pé do meu lado. E vai, invariavelmente, puxar papo. É uma sina. Lembro de 1994, eu morando na Zona Leste, estudando em São Bernardo do Campo e trabalhando no Limão. Eu passava praticamente cinco horas do meu dia dentro de condução. Tivemos uma greve de ônibus em São Paulo, mas dava para eu ir para a faculdade, no ABC, e ir para o trabalho usando trem, que não estava em greve. Pois peguei o trem, com amigas, e o vagão vazio. Na estação seguinte, entra um bêbado. Adivinha onde ele se sentou, apesar de ter vários lugares vazios? É, do lado da jacaré aqui. E começou a resmungar e babar e cair como se fosse deitar no meu colo. Afe, que coisa! Mudamos de lugar, claro.
Ontem, não foi diferente, exceto o fato de o metrô estar mais cheio e o bêbado ser uma figura interessante. Bem, senta-se ao meu lado aquela pessoa perfumada de cachaça... muito perfumada, até eu me senti bêbada. Eu estava lendo o segundo volume da excelente antologia de contos do Machado de Assis - outra vantagem de usar condução, você tem tempo para ler enquanto está na fila ou dentro do metrô. Continuei lendo. O sujeito, apesar de muito bêbado, conseguiu ler o nome do Machado na lombada do livro. Diálogo assistido por todos do metrô, inclusive um policial civil:
Bêbado (B), com forte sotaque de estrangeiro - Desculpa, viu?
Eu (E) - Tudo bem ( sem tirar os olhos do livro...)
B - Machado de Assis é muito bom, né?
E - É, é sim... (continuei lendo)
B - Eu gosto muito dele, é o melhor escritor brasileiro.
E - Ahãn...
B - Tem biografia dele?
E - (desisti de ler) Tem algumas sim, muito boas, mas não li nenhuma.
Resolvi olhar para ele. Aí fiquei com pena do senhor. Ali pelos 58 anos, cabelos grisalhos, olhos claros, o nariz com um machucado enorme e vermelho, como veias estouradas. Boné, camiseta, bermuda, papete, mochila. E o cheiro de pinga. E o sotaque forte que não o impede de falar um bom português.
B - Eu gosto muito do Brasil, sei tudo do país.
E - De onde o senhor é?
B - Da Alemanha, estou passeando.
E - De que lugar da Alemanha?
B - Do sul, do lago... (não entendi). Conhece a Alemanha?
E - Não, nunca saí do Brasil.
B - Eu sei a geografia de cor do Brasil... (desenhando com o dedo, no ar, o mapa do Brasil.)
E - (morrendo de vergonha porque estudo geografia e não sei nada...) Ah, mas a geografia da Europa é mais difícil de guardar, são muitos pequenos países.
B - Ah, o Brasil tem 29 Estados, tem mais estados do que a Europa.
E - Não são 27 estados no Brasil? (tentando manter um diálogo cabeça com um bêbado e me redimir dos erros géográficos...)
B - São. Mas a Europa tem menos países.
E - Será? Não tem algo como 22 países na União Européia hoje?
B - É...
E - O senhor volta quando para a Alemanha?
B - Em abril agora. Eu já morei aqui no Brasil, trabalhei 17 anos em São Paulo. Aí voltei para a Alemanha e agora vim passear.
E - Você tem família lá na Alemanha?
B - Ihhh, não... (com um gesto de mão dizendo, deixa disso..) Sou sozinho, totalmente sozinho.
E - (agora, realmente morrendo de pena e feliz por ter dado atenção ao bêbado alemão conversador) Puxa, então tem liberdade para viajar para qualquer lugar, né?
B - (sorrindo...)É, é sim. Bem, aqui é estação Sé, tenho de descer. Desculpa ter atrapalhado você. Muito obrigado pela conversa. Tenha um bom dia.
E - Que isso, eu que agradeço, um bom dia para o senhor também.
E lá seu foi o alemão, cheio de paixão... pelo Brasil...
Bem, tem os contratempos. Eu sou uma moça muuuuuito sortuda: todo bêbado, quando entra no ônibus ou no metrô, vai se sentar ou ficar em pé do meu lado. E vai, invariavelmente, puxar papo. É uma sina. Lembro de 1994, eu morando na Zona Leste, estudando em São Bernardo do Campo e trabalhando no Limão. Eu passava praticamente cinco horas do meu dia dentro de condução. Tivemos uma greve de ônibus em São Paulo, mas dava para eu ir para a faculdade, no ABC, e ir para o trabalho usando trem, que não estava em greve. Pois peguei o trem, com amigas, e o vagão vazio. Na estação seguinte, entra um bêbado. Adivinha onde ele se sentou, apesar de ter vários lugares vazios? É, do lado da jacaré aqui. E começou a resmungar e babar e cair como se fosse deitar no meu colo. Afe, que coisa! Mudamos de lugar, claro.
Ontem, não foi diferente, exceto o fato de o metrô estar mais cheio e o bêbado ser uma figura interessante. Bem, senta-se ao meu lado aquela pessoa perfumada de cachaça... muito perfumada, até eu me senti bêbada. Eu estava lendo o segundo volume da excelente antologia de contos do Machado de Assis - outra vantagem de usar condução, você tem tempo para ler enquanto está na fila ou dentro do metrô. Continuei lendo. O sujeito, apesar de muito bêbado, conseguiu ler o nome do Machado na lombada do livro. Diálogo assistido por todos do metrô, inclusive um policial civil:
Bêbado (B), com forte sotaque de estrangeiro - Desculpa, viu?
Eu (E) - Tudo bem ( sem tirar os olhos do livro...)
B - Machado de Assis é muito bom, né?
E - É, é sim... (continuei lendo)
B - Eu gosto muito dele, é o melhor escritor brasileiro.
E - Ahãn...
B - Tem biografia dele?
E - (desisti de ler) Tem algumas sim, muito boas, mas não li nenhuma.
Resolvi olhar para ele. Aí fiquei com pena do senhor. Ali pelos 58 anos, cabelos grisalhos, olhos claros, o nariz com um machucado enorme e vermelho, como veias estouradas. Boné, camiseta, bermuda, papete, mochila. E o cheiro de pinga. E o sotaque forte que não o impede de falar um bom português.
B - Eu gosto muito do Brasil, sei tudo do país.
E - De onde o senhor é?
B - Da Alemanha, estou passeando.
E - De que lugar da Alemanha?
B - Do sul, do lago... (não entendi). Conhece a Alemanha?
E - Não, nunca saí do Brasil.
B - Eu sei a geografia de cor do Brasil... (desenhando com o dedo, no ar, o mapa do Brasil.)
E - (morrendo de vergonha porque estudo geografia e não sei nada...) Ah, mas a geografia da Europa é mais difícil de guardar, são muitos pequenos países.
B - Ah, o Brasil tem 29 Estados, tem mais estados do que a Europa.
E - Não são 27 estados no Brasil? (tentando manter um diálogo cabeça com um bêbado e me redimir dos erros géográficos...)
B - São. Mas a Europa tem menos países.
E - Será? Não tem algo como 22 países na União Européia hoje?
B - É...
E - O senhor volta quando para a Alemanha?
B - Em abril agora. Eu já morei aqui no Brasil, trabalhei 17 anos em São Paulo. Aí voltei para a Alemanha e agora vim passear.
E - Você tem família lá na Alemanha?
B - Ihhh, não... (com um gesto de mão dizendo, deixa disso..) Sou sozinho, totalmente sozinho.
E - (agora, realmente morrendo de pena e feliz por ter dado atenção ao bêbado alemão conversador) Puxa, então tem liberdade para viajar para qualquer lugar, né?
B - (sorrindo...)É, é sim. Bem, aqui é estação Sé, tenho de descer. Desculpa ter atrapalhado você. Muito obrigado pela conversa. Tenha um bom dia.
E - Que isso, eu que agradeço, um bom dia para o senhor também.
E lá seu foi o alemão, cheio de paixão... pelo Brasil...
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Os melhores capítulos da semana
Segunda - nada de especial.
Terça - festa árabe estranha, com gente esquisita, que não tava legal, não agüentava mais birita... Olha, baixaram uns caras árabes lá, safra nova na festa, mas todos uns "sem noção" de tudo. A gente dança dabke melhor do que eles. E eles percebem. Aí, "cavalheiros", como grande parte dos árabes que tive a oportunidade de observar nas festas, eles empurravam a gente para abrir a ponta deles e porque não sabem dançar nada, nadica. Os retardados não sabem também que tem duas pontas na roda de dabke e há espaço pra todos. Bando de idiotas. Em tempo: Comandante foi ignorado, e a menina boca-sugadora-formato-bulê-de-café e fã de banheiro masculino estava lá, pendurada nele. E ela tentando dançar dança do ventre fica mais vadia ainda, porque não sabe nada da dança. Antes dela chegar, Comandante tava tentando ensinar dabke pra uma desajeitada lá. Não tive dúvida, num dos pulos, finquei o salto da minha bota no pézinho dela. E ela ficou lá miando de dor. Primeira lição para o dabke: não entre na roda se não sabe, aprenda do lado de fora. Segunda lição, para o caso de ter ignorado a primeira: fique fora do meio da roda, ou vai tomar pisão. E chute.
Quarta - bati o carro, de bobeira, culpa minha. Uns R$ 700 e tralálá de prejuízo. Em quatro vezes sem juros. A boa coisa é que estou andando a pé, o que tem me feito bem. As pernas precisavam de exercício. E o bolso de folga. Gasolina tá caro! O acidente pode ter sido castigo pela pisada no pé da desajeitadinha. Fazer o quê, sou uma pessoa assim, raivosa, de vez em quando... Defeito de fabricação. Aula de dança supimpa! Alguém aí abaixo de 85 anos ainda usa esse termo???
Quinta - buzão e metrozão, livro do Machado de Assis me acompanhando, todo dia vendo o Vari em Santana. Gentileza na calçada em frente a Faculdade de Medicina da USP, na dr. Arnaldo: moço diz para euzinha que tenho um andar muito elegante! Ui! Gentileza no metrô: na hora de descer na Sé para baldeação para linha Tucuruvi, tentei sair junto com um moço, que parou e fez questão que eu passasse na frente. Nossa, mesmo na correria, as pessoas ainda podem ser gentis. Fiquei espantada com isso. E fiquei espantada por estar espantada com o gesto cavalheiro. Pois é, a coisa tá tão feia que o anormal, hoje, é ser educado. Quando são, a gente pensa: nossa!!! Total inversão de valores. Cena grotesca na escada do metrô Anhangabaú: um casal de moças se lambendo. Não imaginem nada muito pornô, era para ser um beijo. Mas as duas moças estavam dando aquele beijo de língua em que a gente vê as línguas trabalhando. De boa, beijo assim é legal em filme pornô e trocado com seu namorado/namorada dentro da sua casa, sem ninguém estar olhando. Eca, meninas, meninos, casais gays e héteros... Tenham compostura, nem todo mundo é um voyer nessa vida! Beijinhos mais discretos, por favor!
Sexta - texto sobre cogeração de energia em usinas de etanol quase no fim. Planos para ficar em Sampa no carnaval, pois o carro ainda está na oficina - e por lá ficará por mais duas semanas. Perdi 300 gramas andando a pé esses dias! Uhhhhuuuu! Estou entrando no ritmo da preguiça carnavalesca... Até mais!
Terça - festa árabe estranha, com gente esquisita, que não tava legal, não agüentava mais birita... Olha, baixaram uns caras árabes lá, safra nova na festa, mas todos uns "sem noção" de tudo. A gente dança dabke melhor do que eles. E eles percebem. Aí, "cavalheiros", como grande parte dos árabes que tive a oportunidade de observar nas festas, eles empurravam a gente para abrir a ponta deles e porque não sabem dançar nada, nadica. Os retardados não sabem também que tem duas pontas na roda de dabke e há espaço pra todos. Bando de idiotas. Em tempo: Comandante foi ignorado, e a menina boca-sugadora-formato-bulê-de-café e fã de banheiro masculino estava lá, pendurada nele. E ela tentando dançar dança do ventre fica mais vadia ainda, porque não sabe nada da dança. Antes dela chegar, Comandante tava tentando ensinar dabke pra uma desajeitada lá. Não tive dúvida, num dos pulos, finquei o salto da minha bota no pézinho dela. E ela ficou lá miando de dor. Primeira lição para o dabke: não entre na roda se não sabe, aprenda do lado de fora. Segunda lição, para o caso de ter ignorado a primeira: fique fora do meio da roda, ou vai tomar pisão. E chute.
Quarta - bati o carro, de bobeira, culpa minha. Uns R$ 700 e tralálá de prejuízo. Em quatro vezes sem juros. A boa coisa é que estou andando a pé, o que tem me feito bem. As pernas precisavam de exercício. E o bolso de folga. Gasolina tá caro! O acidente pode ter sido castigo pela pisada no pé da desajeitadinha. Fazer o quê, sou uma pessoa assim, raivosa, de vez em quando... Defeito de fabricação. Aula de dança supimpa! Alguém aí abaixo de 85 anos ainda usa esse termo???
Quinta - buzão e metrozão, livro do Machado de Assis me acompanhando, todo dia vendo o Vari em Santana. Gentileza na calçada em frente a Faculdade de Medicina da USP, na dr. Arnaldo: moço diz para euzinha que tenho um andar muito elegante! Ui! Gentileza no metrô: na hora de descer na Sé para baldeação para linha Tucuruvi, tentei sair junto com um moço, que parou e fez questão que eu passasse na frente. Nossa, mesmo na correria, as pessoas ainda podem ser gentis. Fiquei espantada com isso. E fiquei espantada por estar espantada com o gesto cavalheiro. Pois é, a coisa tá tão feia que o anormal, hoje, é ser educado. Quando são, a gente pensa: nossa!!! Total inversão de valores. Cena grotesca na escada do metrô Anhangabaú: um casal de moças se lambendo. Não imaginem nada muito pornô, era para ser um beijo. Mas as duas moças estavam dando aquele beijo de língua em que a gente vê as línguas trabalhando. De boa, beijo assim é legal em filme pornô e trocado com seu namorado/namorada dentro da sua casa, sem ninguém estar olhando. Eca, meninas, meninos, casais gays e héteros... Tenham compostura, nem todo mundo é um voyer nessa vida! Beijinhos mais discretos, por favor!
Sexta - texto sobre cogeração de energia em usinas de etanol quase no fim. Planos para ficar em Sampa no carnaval, pois o carro ainda está na oficina - e por lá ficará por mais duas semanas. Perdi 300 gramas andando a pé esses dias! Uhhhhuuuu! Estou entrando no ritmo da preguiça carnavalesca... Até mais!
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