Algumas constatações sobre a faculdade: primeiro, eu odeio dialética marxista. Segundo, quero ser neopositivista, tá bom? Eu quero ser uma pessoa rasa, simples, quantitativa, eu quero entender o mundo pelos números, eu quero saber onde as coisas estão e porque elas estão ali sem ter de saber sobre filosofia e sociologia.
Isso não é por preguiça, é pela absoluta falta de conhecimento básico nessas duas ciências mesmo. E pela absoluta falta de tempo para poder ler e aprender essas bases. Mal consigo ler os textos obrigatórios. E os estágios da Licenciatura? Eu tenho de arrumar 40 horas livres para fazer estágio... onde eu vou encontrar essas horas? Das 0h às 5h? Mas nenhuma escola funciona nesse horário, catzo!
Tenho uma lista imensa de livros em geografia que gostaria de ler. Preciso começar a montar essa bibliografia em forma de lista. Mas com certeza só darei conta dela quando estiver fora da faculdade. Ficarei um ano descansando e depois tentarei mestrado. Tenho um ano para dar conta da lista.
Terceiro ponto: na primeira aula de teoria da região e regionalização, com o Élvio, eu sai da sala pensando "ou esse cara é um tremendo gênio ou um tremendo picareta". Na segunda aula, pensei que ele estava mais para gênio. Na terceira, realmente ele é um gênio. Ou eu que sou muito burra? Sei lá, gosto muito dele, apesar de entender cerca de 40% só do que ele fala.
O Élvio é professor novo, mas das antigas, daqueles que manda coisas para a gente pensar, nos desafia a fazer reflexão, fica revoltado com o pseudo conhecimento sobre Marx dos moleques, chama o marxismo de religião porque lá na Geografia da USP só se fala disso, não há outra possibilidade de interpretar o mundo que não pelo olhar marxista. Ele fica revoltado com as perguntas complexas feitas por alunos que acham que estão na pós, mas não tem conhecimento para acompanhar a resposta que ele precisa dar para as perguntas feitas no curso de graduação. Ele lança dúvidas, temas que podem ser mestrado/doutorado, manda estudar, ler... E eu fico lá me lamentando por não poder responder a esses desafios.
Eu devia ter feito geografia na USP como minha primeira faculdade, quando eu não trabalhava. Com certeza, eu aproveitaria mais o curso e seria muito mais sabida do que hoje. Oh lástima, viu?
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
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