quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Viva a Samantha!

Eu, como quase toda a mulherada da faixa dos 30 anos, as populares balzacas, adoro Sex and The City. Tirando o fato delas quase não trabalharem e serem bem estereotipadas, o seriado é perfeito. Mesmo os estereótipos são muito bons. Mas já ouvi algumas moças falarem que se identificam mais com a Carrie. Ou moças que dizem que gostariam de ser como ela, classificando a Carrie de "equilibrada".

Não vejo nada de equilibrado na Carrie. Para mim, ela é a pior de todas no que se refere a confusão da personalidade feminina - e talvez a mais próxima do real, porque é uma bicha muito confusa! A Carrie não é bem definida. Ela não é romântica como Charlotte, não galinha como a Samantha, nem é durona como a Miranda - essa sim, me parece bastante equilibrada, porque as coisas para ela são muito práticas e claras. Carrie é uma mistura muito complicada de todas as outras. E vendo a Carrie eu entendo porque os homens falam que a gente, em certas horas, é um pé no saco. Eu acho a Carrie um tremendo pé no saco!

Carrie consegue encanar porque o cara dá a chave do apartamento e porque o cara não dá a chave do apartamento. Como colunista e comunicadora, é péssima. O que foi aquele emburramento dela com o namorado russo só porque ele disse que a amiga dele morreu de câncer, quando ela falava da doença da Samantha? Absoluta e total falta de comunicação. Preocupada com o que o namorado falava, ela teria resolvido toda a pindaíba se tivesse simplesmente se preocupado em perguntar para ele porque ele estava insistindo em falar que a amiga dele morrera de câncer. Mas preferiu se irritar, brigar, espernear ao invés de fazer a pergunta direta: "por que você está me falando isso?". Coisa tão típica de mulherzinha essa reação, credo!

Prova de que não é legal ser a Carrie é que, reparem, a Carrie foi a última a se dar bem! A Miranda, que não era bem uma perseguidora de relacionamentos e tava feliz na vida profissional, teve filho e casou antes da Carrie. Até a doida da Samantha, que só usava a homaiada e tinha uma capacidade e vontade limitadas para se envolver com um só homem, achou um namorado fixo antes da Carrie. A Charlotte se casou duas vezes! E arrumou cachorra-baby, depois foi avó da cachorra-baby...

Enquanto isso a Carrie ficava se debatendo entre ir ou não para Paris com um namorado que oferecia o sério, a segurança que ela queria. E tudo isso para ser a última a arranjar um namorado e, pior, ela terminar, no final do seriado, exatamente como ela começara: com o Big! Aquele cara que a fez pastar, sofrer e chorar horrores. Veja lá se isso é exemplo!

Não entendo mesmo a mulherada achar a Carrie o máximo. Prefiro admirar a Samantha. Não pelo fato dela ficar com todos os caras que queria. Mas por ser forte, e por ter todo aquele bom humor para contornar as crises que apareciam, como quando ela ficou doente e quando simplesmente se enrolava com os caras.

O dia em que ela terminou com aquele dono de rede de hotéis porque subiu trocentos lances de escada usando uma calcinha com pérola ou afim, e chegou morrendo no quarto para constatar que ele estava sozinho, mas terminar com ele por não suportar as crises dela mesma, foi a maior prova de sensatez, respeito por si mesma e auto-conhecimento que uma mulher poderia demonstrar.

E a cena em que a Samantha resolve raspar o cabelo, e o namorado chega e a ajuda, raspando o dele e o dela, a reação dela em tomar a atitude de raspar e o que ela fala pro namorado a respeito da doença, a resposta dele.... Esse foi um dos melhores momentos do seriado, não tenho dúvida!

Por isso: Viva a Samantha!

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